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"O médico disse que eu deveria abortar"

DE SÃO PAULO

A decoradora Elaine Lima Maciel, 40, acredita que sua filha Lucille, de nove meses, veio ao mundo para ajudá-la a enfrentar a doença. "Fiz químio com ela na barriga. Toda vez que ficava triste por causa da doença lembrava que ela estava ali."

Ela descobriu que tinha câncer de mama em 2009, mas diz não ter aceitado a notícia nem ter tido "cabeça" para se cuidar. No fim de 2010, engravidou e começou o tratamento três meses depois, conforme o indicado pelos médicos para a droga não prejudicar o bebê.

"A gravidez mudou tudo para mim. Não ficava pensando só na doença e queria fazer o possível para a segurança do meu bebê", conta.

Ela fez as sessões de químio até sua filha nascer, em maio de 2011. Em setembro retomou o tratamento e, em outubro, retirou uma das mamas. Por causa do tratamento, não pôde amamentar.

Sua filha nasceu de oito meses, mas Elaine conta que Lucille não teve problemas relacionados à prematuridade ou ao tratamento.

Priscila Fernandes do Nascimento Santos, 26, engravidou entre as sessões de químio e de radioterapia, para tratar um câncer de mama, e chegou a ouvir de seu ginecologista que deveria fazer um aborto.

Ela está grávida de cinco meses de uma menina. "Ele me indicou clínicas e disse que eu não poderia levar a gravidez adiante."

No Instituto do Câncer, porém, especialistas lhe disseram que o aborto não era necessário. A radioterapia foi adiada por causa do risco da radiação para o bebê.

Recentemente, um novo nódulo apareceu em uma das mamas e Priscila fará uma biópsia para saber se o câncer voltou e se precisará fazer quimioterapia de novo.

"A gente pensa que o câncer pode passar para a criança, que os remédios vão afetá-la. Mas a médica me tranquilizou, disse que não vai ter nenhum problema."

(MV)

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