Índice geral Saúde
Saúde
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Microchip no corpo pode substituir injeções

Pesquisadores dos EUA criaram dispositivo para ajudar no tratamento de osteoporose

GIULIANA MIRANDA
ENVIADA ESPECIAL A VANCOUVER

Daqui a cinco anos, tratamentos com injeções diárias podem ser coisa do passado.

Pesquisadores dos EUA criaram um microchip que libera a dose certa de remédio rapidamente na corrente sanguínea e pode ser controlado via wireless pelo médico.

A necessidade de injeções frequentes traz inconvenientes para os pacientes e é uma das principais causas de abandono de tratamento.

"O microchip pode libertar os pacientes das agulhas e da preocupação frequente com o horário das medicações. É uma grande mudança", disse Robert Farra, presidente da empresa que desenvolveu o projeto com o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussetts) e a Escola de Medicina de Harvard.

Do tamanho de uma unha, o chip pode ser implantado no consultório, com anestesia local. A novidade foi apresentada na reunião anual da AAAS (Sociedade Americana para o Progresso da Ciência), em Vancouver (Canadá).

Os cientistas esperam que em 2014 já seja possível pedir a liberação das agências reguladoras e, se tudo der certo, o tratamento pode estar disponível até o fim de 2017.

O primeiro teste clínico, feito com sete mulheres dinamarquesas com um quadro grave de osteoporose, indicou que o microchip é seguro e que as voluntárias tiveram melhora semelhante à dos pacientes que tomaram a medicação em injeções.

Para os autores do trabalho, publicado na versão online da revista "Science Translational Medicine", o microchip tem potencial para ser usado em várias outras doenças, como o câncer.

Além disso, o dispositivo pode ser uma opção mais barata e segura que as seringas.

DIIFERENTE

Dispositivos que podem ser implantados no corpo e liberam medicamentos não são novidade. Há desde anticoncepcionais até remédios para o coração. A diferença do novo chip é que ele consegue soltar a dose rapidamente na corrente sanguínea, como acontece nas injeções.

O fato de o médico poder controlá-lo remotamente também é um avanço.

Para chegar a esse resultado, o chip, que levou mais de 20 anos para ser desenvolvido, usa uma fina camada de combinação metálica para envolver as doses de remédio.

O dispositivo tem um mecanismo que solta um impulso elétrico e libera só a porção necessária que derrete esse metal e a dose necessária.

No teste, os cientistas usaram remédio suficiente para um mês de tratamento, mas identificaram que o sistema pode ser usado até para um ano ou mais de medicação.

Casos de overdose pela liberação acidental de muitas doses simultaneamente estão descartados, dizem os pesquisadores. A equipe testou exaustivamente a toxicidade e a resistência dos materiais.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.