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Medicina 100 ANOS

Faculdade de Medicina da USP comemora centenário iniciando pacote de obras que inclui novos prédios, equipamento, projetos de pesquisa e mais leitos

Representação artística do prédio onde funcionará o centro de ensino de simulação
Representação artística do prédio onde funcionará o centro de ensino de simulação

DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE “SAÚDE”

Será lançada hoje, na Faculdade de Medicina da USP, a pedra fundamental do novo centro de ensino por simulação de diagnóstico de doenças negligenciadas.

A construção do prédio é uma de cerca de 900 obras concluídas, em andamento ou em projeto pela instituição, que vai completar seu primeiro centenário neste ano. De acordo com o anestesiologista José Otávio Costa Auler Junior, diretor em exercício da faculdade, serão investidos R$ 160 milhões.

Os recursos vêm da própria faculdade, da Secretaria de Estado da Saúde, da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e de doações.

O centro de ensino por simulação, a ser concluído em 2014, terá equipamentos para que o aluno treine procedimentos clínicos e cirúrgicos em bonecos antes de partir para os pacientes.

Atores também são usados nesse tipo de aula, conta Auler Junior. "O aluno pode treinar com uma atriz, por exemplo, como proceder para contar a uma grávida que seu bebê tem algum problema. Ele também aprende a lidar com questões éticas difíceis."

O espaço para ensino virtual vai dividir o novo prédio, de 2.000 m2, com um centro de diagnóstico de doenças negligenciadas, do Instituto de Medicina Tropical.

Outras projetos já estão mais adiantados, como a blocoteca da patologia. O espaço reúne 200 mil blocos de parafina que contêm amostras de tecidos retiradas de cadáveres que sofreram autópsia no Serviço de Verificação de Óbito desde 1924. Paulo Saldiva, professor de patologia da faculdade, explica que os 160 mil laudos das amostras foram digitalizados e catalogados de acordo com o diagnóstico.

Isso significa que será possível fazer pesquisas comparando tecidos de pessoas que morreram com tuberculose, por exemplo, antes do uso de antibióticos, com os de cadáveres mais recentes, o que pode ajudar a documentar o surgimento de variedades da doença resistentes a drogas.

Mais um projeto de destaque é o de autópsia digital. O novo método, que vai começar a ser testado, usa exames de imagem e biópsias para determinar a causa da morte. No futuro, a técnica pode substituir, ao menos em alguns casos, o método convencional, em que o corpo sofre uma incisão e os órgãos são retirados e analisados.

Saldiva explica que, a partir de março, serão comparados os resultados de mil autópsias comuns e digitais dos mesmos corpos para checar o desempenho dos métodos.

Para isso, já estão sendo usados aparelhos de tomografia, raio-X e ultrassom. Um novo equipamento de ressonância magnética, que será o mais potente do hemisfério Sul, deve chegar em breve à faculdade. "Vamos testá-lo nos cadáveres para obter imagens de alta resolução."

NOVOS LEITOS

O atendimento a pacientes também será ampliado no Hospital das Clínicas. O Instituto Central vai ter mais um andar para abrigar 75 novos leitos de UTI.

A unidade de internação de médio prazo, que já funciona na rua Cotoxó, em Perdizes, vai virar um novo prédio que abrigará um hospital para atendimento de dependentes de álcool e drogas.

Segundo o psiquiatra Arthur Guerra, haverá 52 leitos para internação dos dependentes. "Nosso foco será a identificação de novos métodos para tratar dependência em crack." Uma Fatec (Faculdade de Tecnologia) anexa ao prédio vai formar técnicos para atender os pacientes. Guerra diz que a obra começa em junho e termina em 2013.

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