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Professora de Curitiba não vê diferença entre SUS e particular

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA
KÁTIA BRASIL
DE MANAUS

A professora Adenir Maria Estefanuto, 58, que recebeu o diagnóstico de câncer de mama há um ano, tem "muitos elogios" ao SUS.
Ela mora em Curitiba e fez parte do tratamento na rede particular e parte na rede pública. Diz que não viu diferença entre as duas.
Assustada com o diagnóstico, a professora decidiu pagar para iniciar logo o tratamento. "Queria urgência. Meu pai morreu de câncer."
Ela aguardou 30 dias pela quimioterapia numa clínica privada, devido à espera pelo resultado da biópsia. Pelo SUS, descobriu depois, demoraria quase a mesma coisa.
Hoje, Adenir, que gastou R$ 12 mil na primeira etapa do tratamento, faz radioterapia pela rede pública, no Hospital Erasto Gaertner. Ela levou 30 dias para agendar a primeira sessão -a espera na instituição chega a 60 dias. "Existe espera? Existe, mas no particular também, é a mesma coisa."
Hoje, a professora só paga pelo remédio, que custa R$ 300 por mês. A droga não é fornecida pelo SUS, mas é "mais potente e moderna" do que a opção gratuita, afirma.

DIFICULDADES NO NORTE
Uma situação bem diferente é relatada pelas irmãs Alciete, 37, e Ana Cristina de Catro, 38, de Santarém (Pará).
Sem conseguir tratamento contra o câncer de mama em um hospital público na região, elas se mudaram para Manaus, onde procuraram a FCecon (Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas). Lá, se depararam com dificuldades.
A pedagoga Alciete foi a primeira a se tratar na instituição, em 1998. Ela tinha 24 anos quando um tumor foi detectado na mama esquerda. Aos 29, outro tumor foi encontrado, na mama direita.
"Nos dois casos, o resultado das biópsias saiu após mais de três meses. O câncer estava bem desenvolvido, e tive que fazer mastectomia nas duas mamas", conta.
Segundo Alciete, o início da químio levou três meses nas duas ocasiões.
A pedagoga foi submetida à cirurgia de reconstrução do seio esquerdo, mas não ficou satisfeita. "Foi uma reconstrução grosseira, rústica. Não fica dentro do sutiã. Fiquei tão insatisfeita que não quero fazer o lado direito."
Por causa da experiência da irmã, a professora Ana Cristina desistiu de fazer a reconstrução da mama depois do tratamento do câncer, descoberto em janeiro.
"Minha irmã aguardou 105 dias pela biópsia", conta Alciete. Em abril, Ana Cristina foi submetida a uma mastectomia. Hoje, faz químio, mas, em outubro, teve o tratamento suspenso por uma semana, por falta de remédios.
Segundo a FCecon, o índice de satisfação das pacientes que passam por reconstrução mamária é de "quase 100%". A instituição admite que houve falta ou atraso na entrega de alguns remédios. Casos urgentes foram encaminhados a outras unidades.

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