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Falta vacina contra H1N1 em clínicas particulares
Ontem, em São Paulo, o problema atingia todos os locais certificados
Pico de contaminação é em julho; produção de anticorpos só acontece 15 dias depois do recebimento da dose
FERNANDA BASSETTE
DE SÃO PAULO
A 20 dias do início do inverno, a vacina contra a gripe
H1N1 está em falta nas principais clínicas particulares de
de São Paulo e do país.
Em compensação, o Ministério da Saúde comprou 113
milhões de doses e quer vacinar 71 milhões de pessoas até
amanhã, quando termina a
campanha nacional. Os 42
milhões de doses extras ainda não têm destino definido.
No frio, aumenta o risco da
contaminação, em função
das aglomerações de pessoas
em lugares fechados.
A Folha ligou para 13 clínicas certificadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações
para conferir a situação das
vacinas para adultos.
A falta de estoque é problema em todas elas. Ontem, só
uma tinha doses disponíveis,
mas não era permitido fazer
reserva e não havia como garantir que as doses não terminariam até o final do dia.
"Quando a vacina chega,
forma uma fila quilométrica
aqui", disse a atendente.
"É muito preocupante. Tenho encaminhado pacientes
para diferentes clínicas, mas
nenhuma tem vacina e não
explicam o motivo", diz o infectologista Celso Granato.
O ideal é que a vacina seja
tomada antes do fim da primeira quinzena de junho,
porque o corpo só produz anticorpos contra o vírus 15 dias
depois de receber a dose.
"Todos os esforços do governo são para isso: vacinar
antes de junho, quando a circulação do vírus aumenta. O
pico de contaminação acontece em julho. Então, não
adianta tomar vacina nessa
época", afirmou Granato.
DOSES EXTRAS
Segundo a assessoria de
imprensa do ministério, as
doses extras da vacina contra
a gripe A fazem parte do "estoque estratégico" adquirido
pelo governo por precaução
(caso acontecesse alguma intercorrência ou imprevistos
durante a campanha).
Não há previsão de destinar as sobras para adultos
que estão fora dos grupos de
risco definidos pelo governo.
A assessoria informou que
parte dessas doses excedentes foi usada na vacinação de
crianças entre dois e cinco
anos, antes não contempladas no público que receberia
a vacina gratuitamente.
Quatro laboratórios têm
autorização para comercializar a vacina no Brasil, mas só
dois entraram no mercado:
Sanofi Pasteur e Solvay.
A Solvay informou que já
distribuiu as encomendas
pelas clínicas do país; a Sanofi diz que deve finalizar a
distribuição para as clínicas
até o fim do mês.
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