São Paulo, terça-feira, 01 de junho de 2010

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Falta vacina contra H1N1 em clínicas particulares

Ontem, em São Paulo, o problema atingia todos os locais certificados

Pico de contaminação é em julho; produção de anticorpos só acontece 15 dias depois do recebimento da dose


FERNANDA BASSETTE
DE SÃO PAULO

A 20 dias do início do inverno, a vacina contra a gripe H1N1 está em falta nas principais clínicas particulares de de São Paulo e do país.
Em compensação, o Ministério da Saúde comprou 113 milhões de doses e quer vacinar 71 milhões de pessoas até amanhã, quando termina a campanha nacional. Os 42 milhões de doses extras ainda não têm destino definido.
No frio, aumenta o risco da contaminação, em função das aglomerações de pessoas em lugares fechados.
A Folha ligou para 13 clínicas certificadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações para conferir a situação das vacinas para adultos.
A falta de estoque é problema em todas elas. Ontem, só uma tinha doses disponíveis, mas não era permitido fazer reserva e não havia como garantir que as doses não terminariam até o final do dia.
"Quando a vacina chega, forma uma fila quilométrica aqui", disse a atendente.
"É muito preocupante. Tenho encaminhado pacientes para diferentes clínicas, mas nenhuma tem vacina e não explicam o motivo", diz o infectologista Celso Granato.
O ideal é que a vacina seja tomada antes do fim da primeira quinzena de junho, porque o corpo só produz anticorpos contra o vírus 15 dias depois de receber a dose.
"Todos os esforços do governo são para isso: vacinar antes de junho, quando a circulação do vírus aumenta. O pico de contaminação acontece em julho. Então, não adianta tomar vacina nessa época", afirmou Granato.

DOSES EXTRAS
Segundo a assessoria de imprensa do ministério, as doses extras da vacina contra a gripe A fazem parte do "estoque estratégico" adquirido pelo governo por precaução (caso acontecesse alguma intercorrência ou imprevistos durante a campanha).
Não há previsão de destinar as sobras para adultos que estão fora dos grupos de risco definidos pelo governo.
A assessoria informou que parte dessas doses excedentes foi usada na vacinação de crianças entre dois e cinco anos, antes não contempladas no público que receberia a vacina gratuitamente.
Quatro laboratórios têm autorização para comercializar a vacina no Brasil, mas só dois entraram no mercado: Sanofi Pasteur e Solvay.
A Solvay informou que já distribuiu as encomendas pelas clínicas do país; a Sanofi diz que deve finalizar a distribuição para as clínicas até o fim do mês.


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