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Pesquisa indica que maioria não reconhece sintomas de derrame
De 400 pessoas que tiveram AVC isquêmico, 42% suspeitaram do problema
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria das pessoas não sabe que está sofrendo um acidente vascular cerebral, problema popularmente conhecido como derrame, quando sente os sintomas. Foi o que mostrou uma pesquisa realizada
pela Clínica Mayo, em Minnesota (EUA), publicada na edição de novembro do "Emergency Medicine Journal".
Durante 15 meses, 400 pacientes que foram diagnosticados com AVC isquêmico -que
ocorre quando a formação de
um trombo ou coágulo na artéria bloqueia a passagem de sangue- responderam questões
sobre o fato de saberem se estavam passando pelo problema, a
razão da demora em procurar o
serviço de emergência e o conhecimento de possibilidades
de tratamento.
Dos entrevistados, somente
42% disseram ter suspeitado
de derrame enquanto sentiam
os sintomas, 19,4% pensaram
que o problema surgiria gradualmente, e 52%, que ir imediatamente ao médico seria
crucial. A maioria pensou que
os mal-estares simplesmente
desapareceriam.
"Não temos dados semelhantes no Brasil, mas podemos dizer que há muito desconhecimento por aqui também", diz
Ari Timerman, presidente da
Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo).
O grande problema da falta
de informação, de acordo com
ele, é a demora para buscar o
atendimento. "É importante
saber que é possível evitar seqüelas se o paciente for atendido e tratado em até três horas
depois do AVC. As pessoas não
têm noção disso", diz.
Na pesquisa realizada pela
Clínica Mayo, somente 20%
dos pacientes relataram saber
que o tratamento poderia evitar conseqüências sérias.
O derrame pode ocorrer rapidamente ou ser progressivo,
durando várias horas e piorando as condições do paciente
gradativamente.
O derrame isquêmico transitório também traz riscos, pois
ainda que o coágulo se forme,
cause sintomas e desapareça
sem auxílio médico, pode indicar propensão para um caso definitivo. "O erro é o paciente
não buscar o especialista, pois
tem mais risco de sofrer um
AVC estabelecido", afirma Timerman. Os sintomas, nesse
caso, são os mesmos.
Tratamento
O tratamento disponível para tratar um AVC isquêmico inclui o uso de remédios que dissolvem o coágulo e o cateterismo, que desobstrui o vaso sangüíneo, com a utilização posterior de um stent, um tipo de tubo que mantém o vaso aberto e
evita uma nova obstrução.
Quanto mais idosa for a pessoa, maiores são as chances de
sofrer um derrame. Diabéticos,
hipertensos e quem tem antecedentes familiares também
devem ficar mais atentos e procurar o médico se suspeitarem
do problema.
(JULLIANE SILVEIRA)
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