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foco
Hospital oferece aulas para paciente com câncer acompanhar ano letivo
Eduardo Anizelli/Folha Imagem
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Joyce Ferreira, 13, que cursou o sexto ano em escola de hospital
DA REPORTAGEM LOCAL
Joyce Mayra Ferreira, 13,
começou a cursar em 2008 o
sétimo ano em uma escola de
Cuiabá (MT). A chegada à nova escola exigiu, além das
adaptações de praxe, um esforço à parte. "Eu estava muito acostumada a ter só aula
particular", brinca.
Ela cursou o sexto ano em
uma escola diferente: a
Schwester Heine, dentro do
Hospital A. C. Camargo, em
São Paulo, voltada para crianças que aprendem, também, a
enfrentar o câncer.
Joyce, que tinha um tumor
no fígado, passou 2007 na
instituição. Para não perder o
ano letivo, foi matriculada em
uma escola de São Paulo, que
encaminhava as atividades e
as provas ao hospital.
Em geral, as aulas são diárias, mas duram, no máximo,
uma hora e meia, conta Iara
de Castro Alves, 51, que leciona no local há oito anos. A aula ocorre quando a criança se
sente bem. Devido às limitações de carga horária, o conteúdo precisa ser adaptado.
O calendário também não
segue o regular. Após o recesso de fim de ano, a escola volta
a funcionar. "No primeiro
ano da escola, em 1987, as
professoras tiraram férias. Os
médicos notaram que o uso
de analgésicos subiu muito.
Desde então, fazemos um rodízio para que cada professora tire férias numa época",
conta a professora Eliane
Latterza, 52.
A escola tem 12 professoras. Eliane e outra são contratadas pelo governo do Estado
e as demais são da rede municipal. As professoras dão aulas de praticamente tudo.
Mas, quando o assunto é física, química ou inglês, pedem
apoio. Para isso, o hospital
possui uma rede de professores voluntários.
O nome da escola, Schwester Heine, significa enfermeira Heine em alemão e é uma
homenagem à primeira responsável pelo serviço de enfermagem do hospital -uma
enfermeira alemã da Cruz
Vermelha que veio em missão
ao Brasil e ficou.
No início de dezembro,
Joyce voltou para São Paulo
para o acompanhamento e
aproveitou para matar a saudade das antigas professoras.
Sua mãe, Maristela Santos,
47, conta orgulhosa que muitos dos funcionários a reconheceram, mas não a filha.
"Ficam surpresos quando
veem a moça que ela virou."
Aliás, não foi só Joyce que
usufruiu da escola. Para aliviar a tensão, Maristela
aprendeu a fazer peças artesanais. De volta a Cuiabá,
abriu uma loja, onde vende as
peças que aprendeu a fazer.
(AMARÍLIS LAGE)
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