São Paulo, quarta-feira, 02 de fevereiro de 2011

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Cientistas descobrem proteína associada ao risco de metástase

Substância é produzida por tumor com mais chances de se espalhar
DA REUTERS

Pesquisadores descobriram um composto que é produzido pelos tumores com mais probabilidade de se espalharem. Segundo os cientistas, a substância pode ser usada para prever quais pacientes têm mais risco de morrer por causa da doença.
Experiências com ratos sugeriram também que pode haver uma maneira de bloquear essa proteína, evitando que o câncer se espalhe.
As descobertas, de uma equipe dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA e da Universidade de Hong Kong, foram publicadas no "Journal of Clinical Investigation".
A proteína produzida pelos tumores, chamada CPE-delta N, foi encontrada em grandes quantidades nos casos em que o câncer se espalha, segundo Y. Peng Loh, do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano, dos EUA.
"Células de câncer se separam do tumor primário e penetram nos vasos linfáticos e sanguíneos. Essas células, depois, formam tumores em outras regiões do corpo", explicou a médica. Essa disseminação dos tumores geralmente mata os pacientes.
A equipe de Loh testou os tumores de 18 pacientes com câncer de fígado que já havia se espalhado, mas só dentro do próprio fígado.
"Esses pacientes, em geral, recebem a informação de que seu câncer não vai voltar", disse Loh. Essas pessoas não receberam quimioterapia depois da cirurgia.
Treze desses pacientes tinham níveis baixos da proteína CPE-delta N, e dez deles estavam livres do câncer três anos após a cirurgia.
Mas três dessas pessoas com baixos níveis da proteína tiveram recaídas. Com isso, o resultado do teste teve 77% de eficácia para quem tinha taxas baixas da proteína.
Cinco dos 18 pacientes apresentaram altos níveis da proteína. Quatro deles tiveram mesmo recaídas, dando ao teste 90% de precisão.
Se os resultados se confirmarem, pacientes que tiverem níveis altos da proteína podem receber mais químio e radioterapia para controlar o risco de metástase.
"O teste oferece a possibilidade de estimativas mais precisas para as chances de um câncer se espalhar", afirmou Alan Guttmacher, diretor do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano, dos EUA.
Os pesquisadores também suprimiram a proteína em ratos, e isso evitou que os tumores implantados nos roedores se espalhassem.
O próximo passo, segundo os participantes do estudo, é encontrar uma molécula capaz de desativar o gene que induz a proteína no tumor e que possa ser transformada em medicamento.


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