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PLANTÃO MÉDICO
Música ajuda tratamento médico
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
A música que entusiasma,
tranquiliza ou perturba também pode interferir em algumas situações sem percebermos. É o caso da trilha sonora em filmes em que o som
reforça as cenas de horror.
E é essa repercussão em
nosso inconsciente que tem
sido usada em musicoterapia, entre outras ações, em
UTIs e na reabilitação de pacientes neurológicos.
A forma como a música
atua é explicada na revista
"Circulation" pelo professor
Luciano Bernardi e por colaboradores da Universidade
de Pavia, na Itália, com o estudo "Dynamic interaction
between musical, cardiovascular and cerebral rhythms".
Participaram da pesquisa
24 jovens, a metade deles
sem treinamento musical.
Eles ouviram com fone de
ouvido e de olhos fechados,
entre outras, músicas como
o adágio da 5ª sinfonia de
Beethoven e a ária "Nessum
dorma", de Puccini.
Os autores analisaram o
envolvimento emocional
dos jovens em relação à música, mas principalmente observaram as respostas do sistema nervoso autônomo.
Cada trecho musical em
crescendo induzia uma progressiva vasoconstrição da
pele, com aumento da pressão arterial e da frequência
cardíaca dos participantes.
As respostas inconscientes à música relacionadas ao
sistema cardiovascular, de
acordo com Bernardi, eventualmente podem resultar
em mais uma ferramenta para o tratamento de doenças
cardíacas.
O estudo deve ser repetido
com a participação de uma
população idosa, com idade
acima dos 70 anos.
julio@uol.com.br
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