São Paulo, domingo, 03 de janeiro de 2010

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PLANTÃO MÉDICO

Música ajuda tratamento médico

JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA

A música que entusiasma, tranquiliza ou perturba também pode interferir em algumas situações sem percebermos. É o caso da trilha sonora em filmes em que o som reforça as cenas de horror. E é essa repercussão em nosso inconsciente que tem sido usada em musicoterapia, entre outras ações, em UTIs e na reabilitação de pacientes neurológicos.
A forma como a música atua é explicada na revista "Circulation" pelo professor Luciano Bernardi e por colaboradores da Universidade de Pavia, na Itália, com o estudo "Dynamic interaction between musical, cardiovascular and cerebral rhythms". Participaram da pesquisa 24 jovens, a metade deles sem treinamento musical.
Eles ouviram com fone de ouvido e de olhos fechados, entre outras, músicas como o adágio da 5ª sinfonia de Beethoven e a ária "Nessum dorma", de Puccini. Os autores analisaram o envolvimento emocional dos jovens em relação à música, mas principalmente observaram as respostas do sistema nervoso autônomo.
Cada trecho musical em crescendo induzia uma progressiva vasoconstrição da pele, com aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca dos participantes. As respostas inconscientes à música relacionadas ao sistema cardiovascular, de acordo com Bernardi, eventualmente podem resultar em mais uma ferramenta para o tratamento de doenças cardíacas.
O estudo deve ser repetido com a participação de uma população idosa, com idade acima dos 70 anos.

julio@uol.com.br


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