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Abstêmios vivem menos que abusadores
DE SÃO PAULO
Parece conversa de bar,
mas é a conclusão de uma
pesquisa científica: abstêmios vivem menos do que
quem abusa de álcool.
Por duas décadas, os pesquisadores, da Universidade
de Austin, no Texas (EUA),
monitoraram 1.824 pessoas
entre 55 e 65 anos. Os participantes foram divididos em
três grupos: abstêmios, consumidores moderados de álcool e outros que bebiam em
excesso.
No fim do período analisado, notaram que 69% dos
abstêmios tinham morrido,
contra 60% dos que exageravam no álcool e 41% dos que
consumiam moderadamente
-de uma a três doses ao dia.
Para o psiquiatra André
Malbergier, os resultados
não são surpreendentes, porque a ciência já sabe dos benefícios cardiovasculares do
consumo moderado de álcool. Ele se preocupa com a
interpretação errada que se
pode dar a esse tipo de dado.
"Não se pode anunciar isso a uma população que
mantém um padrão estável
de consumo de álcool. Isso
estimularia muitos com vulnerabilidade ao alcoolismo a
se tornarem dependentes".
Para Malbergier, os mais
vulneráveis a desenvolver alcoolismo severo são os jovens, uma vez que os adultos
mais velhos -como os que
foram analisados no estudo- já passaram por um longo período sem desenvolver
a dependência e continuam a
manter um consumo estável
da bebida.
(GG)
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