São Paulo, domingo, 04 de abril de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PLANTÃO MÉDICO

O câncer e a desinformação

JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA

Os artigos e as reportagens abordando temas sobre câncer na imprensa norte-americana com frequência relatam tratamentos agressivos e a sobrevivência do paciente, mas raramente tratam sobre o fracasso do tratamento ou reações adversas e prejudiciais aos pacientes.
Esta é uma das conclusões de pesquisa da professora Jessica Fishman e colaboradores da Universidade da Pensilvânia, EUA, publicado nos "Archives of Internal Medicine" deste mês.
Os autores analisaram 436 artigos e reportagens editados em oito dos principais jornais norte-americanos e em cinco revistas de temas gerais para o público.
Das 436 matérias avaliadas, 140 destacaram a sobrevivência e somente 33 a morte e o morrer. Apenas 57 artigos relataram que os tratamentos poderiam fracassar e 131 que um tratamento agressivo poderia provocar efeitos adversos.
Apenas dois artigos, dentre os 436, eram sobre cuidados paliativos ou a necessária atenção ao paciente no fim de sua vida. Outra conclusão dos autores é a de que as publicações leigas oferecem uma visão inapropriadamente otimista sobre o tratamento do câncer, do seu resultado e do seu prognóstico.


Texto Anterior: Saiba mais: Físico inglês é o portador mais conhecido
Próximo Texto: Educação: Perícia médica e medicina legal
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.