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Bactérias criam resistência a medicamentos
DA REPORTAGEM LOCAL
A venda e o uso indiscriminados de antibióticos
são apontados como a
principal causa da resistência bacteriana.
No Brasil, os médicos
observam uma maior resistência do pneumococo
(principal agente causador
de pneumonias fora do
hospital), do gonococo
(que causa gonorreia) e do
haemophilus (bactérias
que provocam otite, sinusite, pneumonias) a determinados antibióticos.
"O uso do antibiótico errado, na dose errada e pelo
tempo errado são fatores
que intensificam a resistência", explica o infectologista Artur Timerman,
dos hospitais Albert Einstein, Heliópolis e Edmundo Vasconcellos.
Segundo ele, é muito comum os infectologistas receberem pacientes que
compraram antibióticos
sem prescrição.
"A gente sabe que tem
muito BO [bônus a farmacêuticos e atendentes para
indicar determinado remédio] envolvendo antibiótico. Tem gente que indica ciprofloxacino [para
infecções das vias aéreas,
urinárias e renais] até para
infecção de pele, e não há
indicação nenhuma para
isso. É o mais inadequadamente prescrito."
Além da resistência bacteriana, a prática prejudica a investigação do agente
causador da infecção, diz
Timerman. "O uso anterior do antibiótico altera o
resultado de exames."
E o problema não se restringe aos antibióticos
sem prescrição. "A classe
médica está muito mal
treinada." Segundo ele,
80% dos pacientes que
chegam ao Edmundo Vasconcellos receberam prescrição inadequada.
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