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Adolescentes desconhecem como funciona pílula do dia seguinte
Menos de 20% sabem que método deve ser usado em caso de emergência
GABRIELA CUPANI
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de o Ministério da
Saúde disponibilizar a pílula do
dia seguinte como um dos métodos para prevenir a gravidez
na adolescência, na prática os
jovens não conseguem tirar
proveito desse recurso. Eles esbarram na falta de preparo de
profissionais da saúde, que deveriam dar orientações.
O dado é resultado de um estudo ainda em andamento feito
pela Faculdade de Saúde Pública da USP, que ouviu 300 adolescentes paulistas entre 12 e
20 anos e 60 profissionais da
saúde para investigar a percepção desse público sobre o método. Para 8,3% dos profissionais
entrevistados ela serve como
abortivo. "Muitos são contra
porque desconhecem que ela
não provoca um aborto", diz
Fernando Lefèvre, um dos
coordenadores do estudo.
A pílula -que impede a fertilização do óvulo pelo espermatozoide- deveria ser prescrita
pelo médico e ingerida até 72
horas após a relação sexual desprotegida. "Esse tempo é praticamente insuficiente para marcar uma consulta ou procurar
orientações mais detalhadas",
observa Lefèvre. Por isso muitos jovens recorrem às farmácias e acabam seguindo recomendações de balconistas.
O estudo também revelou
que a grande maioria dos jovens entrevistados é a favor da
pílula, mas eles também não
conhecem bem seu funcionamento. Para 30% dos homens e
45,26% das mulheres ela serve
simplesmente para evitar uma
gravidez. Apenas 17,14% deles e
13,36% delas dizem que esse
método só deve ser usado em
situações de emergência ou de
sexo inseguro.
Os resultados ainda são preliminares e servirão de base para
a construção de um programa
educativo multimídia.
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