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Droga promete melhora contra leucemia
Remédios usados como segunda opção para tratar um tipo de câncer parecem superiores ao tratamento ouro
Estudos mostram que a taxa de remissão da leucemia mieloide crônica é maior com esses medicamentos
IARA BIDERMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE CHICAGO
Dois estudos que serão
apresentados hoje no 46º
congresso da Sociedade
Americana de Oncologia Clínica podem acabar com a primazia da droga usada contra
leucemia mieloide crônica, o
Glivec (imatiniba).
Lançado em 2001, o Glivec, da Novartis, revolucionou o tratamento dessa
doença ao elevar as taxas de
remissão do câncer e sobrevida dos pacientes.
A droga inibe a produção
de uma enzima chamada tirosino-quinase, crucial para
o desenvolvimento desse tipo de câncer.
A segunda geração de inibidores da tirosino-quinase
se apresenta com o potencial
de atingir melhores resultados, com a mesma segurança, do medicamento considerado padrão-ouro no tratamento da doença.
Em um ano em que o congresso de oncologia está
apresentando um número
significativo de estudos que
tiveram resultados negativos, a possibilidade de obter
melhores prognósticos com
drogas já existentes vem ganhando destaque.
NOVOS ESTUDOS
Os novos estudos apontam
que duas drogas já aprovadas para pacientes que não
respondem ao Glivec são superiores a ele também no tratamento inicial de leucemia
mieloide crônica.
O Sprycel (dasatiniba), da
Bristol-Myers Squibb, apresentou, um ano após o tratamento, remissão do câncer
em 77% dos pacientes, contra 66% obtidos pelo Glivec.
O desaparecimento das células com a alteração genética relacionada à leucemia
mieloide crônica ocorreu antes com o Sprycel.
"Os resultados mostram
que usar dasatiniba desde o
início melhora o prognóstico
de cura. E isso é ainda mais
importante porque está aumentando o número de pacientes com resistência à
imatiniba [Glivec]", afirma o
coordenador do estudo, Hagop Kantarjian, do M. D. Anderson Cancer Center.
A pesquisa foi feita com
519 pacientes em tratamento
inicial para esse tipo de leucemia, divididos aleatoriamente em dois grupos -um
que foi tratado com Glivec e
outro com Sprycel, por uma
média de 14 meses.
CURTO PRAZO
Kantarjiam considera que
o estudo é suficiente para indicar a droga de segunda geração como tratamento inicial, mas lembra que ainda
não há dados sobre a progressão a longo prazo. Por
enquanto, não é possível
comparar a taxa de sobrevida
geral com o Glivec, desenvolvido há mais de dez anos.
A Novartis, fabricante do
Glivec, também está atrás de
inibidores de tirosino-quinase de segunda geração e estuda os efeitos de sua Tasigna
(nilotiniba) no tratamento
inicial da leucemia.
Um estudo com 846 pacientes aponta que ela tem
maior taxa de remissão da
doença do que o Glivec (80%
contra 65%).
IARA BIDERMAN viajou a Chicago a
convite da Roche
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