São Paulo, terça-feira, 07 de julho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Falta de substância adia realização de exames por imagem

Material radioativo importado do Canadá é usado em cintilografias cardíacas, ósseas e cerebrais

JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Exames de cintilografia que utilizam o material radioativo tecnécio continuam sendo adiados por falta do produto. O desabastecimento no Brasil teve início há um mês, com a paralisação de um reator da empresa canadense MDS Nordion, a maior fornecedora do tecnécio, responsável por cerca de 50% da demanda mundial. Os principais exames médicos afetados por essa situação são cintilografias cardíacas, ósseas e cerebrais, entre outras. A Sociedade Brasileira de Biologia, Medicina Nuclear e Imagem Molecular estima que 5.000 exames não estão sendo realizados diariamente no Brasil pela falta do material. "Houve uma melhora na segunda semana de junho, mas, nesta semana, a situação está tão grave quanto no início do mês", afirma José Soares Júnior, presidente da entidade. Para a Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), o problema é mundial. "Outros reatores sofreram o mesmo problema. Conseguimos, em acordo emergencial com a Argentina, suprir 30% da demanda brasileira", afirma Odair Dias Gonçalves, presidente da comissão. Segundo Gonçalves, não é possível afirmar quando a crise terminará.

Serviços
Segundo Claudio Tinoco Mesquita, coordenador do setor de medicina nuclear e imagem molecular do Hospital Pró-Cardíaco, a realização de exames de cintilografia foi reduzida em cerca de 20%. "Estamos priorizando casos de pacientes com maior complexidade e internados", diz. O Hospital de Câncer de Barretos atendeu 60% da demanda prevista para o mês de junho. "Fomos informados pelo Ipen que as duas primeiras semanas de julho serão as mais críticas", afirma Euclides da Rocha, chefe do Departamento de Medicina Nuclear do hospital. Para diminuir o impacto da falta de tecnécio, o Cnen disponibiliza o tálio-201, material radioativo que pode substituir o tecnécio só em exames cardíacos. "É uma iniciativa louvável, mas não resolve todo o problema. O tálio é mais caro do que o tecnécio e gasta-se mais tempo para realizar o exame com esse produto", diz Soares Júnior.


Colaborou CLÁUDIA COLLUCCI , da Reportagem Local


Texto Anterior: Reduzir estômago aumenta risco de fratura e de cálculo
Próximo Texto: Atividade física: Número de sedentários cai 72% em SP entre 2002 e 2008
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.