São Paulo, domingo, 07 de agosto de 2011

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PLANTÃO MÉDICO

JULIO ABRAMCZYK - julio@uol.com.br

A saúde mental em São Paulo

Estudo recente da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostra a incidência da depressão em 18 países, com destaque para os 18% de pessoas com esse problema na Grande São Paulo, com base em dados das médicas Laura Helena de Andrade e Maria Carmen Viana. Mas a depressão não é o único problema de saúde mental na população de São Paulo.
Pesquisa da médica Laura Helena de Andrade, coordenadora do Núcleo de Epidemiologia do Instituto de Psiquiatria do HC/FMUSP, e colaboradores, aponta os transtornos da população na área de atuação do HC.
Quase 46% das pessoas entrevistadas apresentaram, ao longo de sua vida, pelo menos um episódio de transtorno mental ou emocional. Os homens têm maior dependência do álcool do que as mulheres. Fazem uso pesado de bebida alcoólica 15,4% dos homens e 7,2% das mulheres, dentro da amostra da população entrevistada.
Os autores observaram que o excesso no consumo de álcool é um importante problema médico e de saúde pública em São Paulo. Esse padrão de comportamento costuma levar a sexo desprotegido, gravidez indesejada, violência e direção perigosa. Pessoas com mais de 60 anos, 5% dos entrevistados, apresentavam alterações cognitivas, um estado mental relacionado à atenção e memória observado em idosos.
Transtornos mentais com hospitalização ocorreram em 8,4% de portadores de transtorno bipolar. Quadros mais leves aparecem em 7,3%. O transtorno afetivo bipolar (inclui psicose maníaco-depressiva) se manifesta como episódios repetidos de depressão alternados com aumento da atividade.
Para Andrade, os achados mostram a necessidade de capacitar o médico generalista para a identificação dos transtornos mentais, para diagnóstico e manejo terapêutico adequado ou encaminhamento para assistência. A especialista conclui existirem lacunas no estudo da epidemiologia desses transtornos na capital. Como eles têm início precoce, a avaliação de crianças e adolescentes e de pessoas internadas em hospitais, presídios, asilos ou abrigos daria a real magnitude do problema.


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