São Paulo, sábado, 09 de outubro de 2010

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FOCO

Navio com mamógrafo levará exame para cidades isoladas

Fotos Marcelo Lelis/Folhapress
Navio da Marinha que agora está equipado com aparelho para detectar câncer de mama, inaugurado ontem em Belém

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BELÉM

Com a ajuda de uma ONG, a Marinha terá agora dois navios com mamógrafos, para fazer diagnóstico de câncer de mama em populações isoladas da Amazônia.
A ideia da Americas Amigas, organização que doou os aparelhos, é diminuir a mortalidade por câncer de mama no Brasil. Segundo a organização, uma mulher morre a cada 36 minutos no país por causa da doença.
O oncologista Sergio Simon, que assessora a ONG, diz que há dois obstáculos para a detecção precoce do câncer no mama no país. "O principal é a péssima distribuição dos aparelhos. Uma mulher pobre, com filhos, que precise ir a outra cidade fazer os exames, desiste. O outro problema é a manutenção do aparelho."
Ontem, um dos mamógrafos doados -cada um custa R$ 200 mil- foi inaugurado em Belém (PA).
A máquina deve fazer sua primeira missão a bordo do navio-auxiliar Pará no próximo dia 13. Aportará nas cidades paraenses de Porto de Moz, Afuá e Chaves, da qual parte no dia 28.
A presença de embarcações para fazer "assistência cívico-social", como diz André Gustavo Guimarães, capitão do navio, é essencial para os ribeirinhos.
Essas populações, normalmente, têm acesso só a tratamentos médicos básicos.
Quase todas essas áreas só podem ser acessadas por barco ou helicóptero. Devido ao isolamento, é normal que alguém adoeça e morra sem que se saiba o porquê.
As máquinas têm a capacidade de fazer um atendimento a cada 30 minutos. Serão examinadas as mulheres que já apresentam sintomas clínicos da doença.
Após o diagnóstico, outro problema será fazer com que essas pacientes recebam tratamento adequado. Isso caberá aos governos estaduais da região.
Hoje, mesmo numa capital como Belém, por exemplo, o atendimento oncológico público é precário.
Usuários reclamam que ele é insuficiente (só um hospital principal) e inconstante (máquinas quebram e demoram a ser consertadas).


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