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Brasil pode ter genérico de remédio contra colesterol
Laboratório nacional obteve liminar que autoriza a produção, mas multinacional detentora da patente afirma que vai recorrer
DE SÃO PAULO
A farmacêutica EMS,
maior fabricante nacional de
remédios, promete lançar até
o fim da próxima semana a
versão genérica do Lípitor
(atorvastatina), a droga para
colesterol mais vendida do
mundo, da multinacional
norte-americana Pfizer.
Na última sexta, a EMS
conseguiu liminar que a autoriza a produzir e a vender
um genérico no mínimo 35%
mais barato que Lípitor, que
chega a custar R$ 200, dependendo da concentração.
A versão genérica vai se
chamar Lipistat. A Pfizer informou que vai recorrer da
decisão. Há dois meses, uma
outra decisão judicial impôs
o fim da patente do Viagra
(citrato de sildenafil), do
mesmo laboratório.
Em nota, a Pfizer diz defender o prazo da validade da
patente (até dezembro) como
forma de garantir o retorno
do investimento para desenvolver o Lípitor e outras drogas. "É o que possibilita a
inovação contínua."
O momento é crucial para
a Pfizer porque está em jogo
uma série de licitações do governo para a compra de atorvastatina. Os valores são estimados em R$ 200 milhões.
Contando com as vendas
nas farmácias, o mercado estimado do Lípitor é de R$ 400
milhões. Em 2009, a droga
registrou faturamento de
US$ 11,4 bilhões no mundo.
"Com a redução de preço,
vamos permitir que uma camada muito significativa da
população tenha acesso ao
medicamento. Estamos falando de redução de colesterol. Isso mata. E o governo
também terá uma economia
de 35% a 40%", diz Waldir
Eschberger Júnior, vice-presidente de mercado da EMS.
A primeira patente do Lípitor, nos EUA, é de 1989. Como sua validade é de 20
anos, a proteção deveria ter
expirado em 21 de julho de
2009. A Pfizer conseguiu, porém, uma autorização judicial para revalidação, usando como argumento outra
patente depositada mais tarde, estendendo o prazo para
dezembro deste ano.
Na decisão de sexta, o desembargador André Fontes,
do Tribunal Regional Federal
do Rio, afirma que o prazo de
proteção da patente estrangeira revalidada no Brasil deverá obedecer a data do primeiro depósito, ou seja,
2009.
(CLÁUDIA COLLUCCI)
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