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Exercícios reduzem o uso de remédios
Idosas ativas precisam de menos drogas do que as sedentárias, mostra pesquisa da Universidade Federal de São Paulo
Estudos provam que as atividades físicas ajudam a tratar doenças, mas médicos não as receitam
GABRIELA CUPANI
DE SÃO PAULO
Idosas que se exercitam de
maneira regular consomem,
em média, 34% menos remédios do que as sedentárias.
O dado, de uma nova pesquisa da Unifesp, reforça um
conceito que vem somando
evidências: o de que exercícios podem atuar como medicamentos, tanto prevenindo algumas doenças quanto
ajudando no tratamento de
outras. E, como os remédios,
precisam de prescrição.
O assunto também foi um
dos destaques do 22º Congresso Brasileiro de Medicina
do Exercício e do Esporte,
que aconteceu em Curitiba,
na semana passada.
O estudo feito pela Unifesp, em parceria com o Celafiscs (Centro de Estudos e Laboratório de Aptidão Física
de São Caetano do Sul),
acompanhou 271 mulheres
com mais de 60 anos, muitas
delas com doenças crônicas
como diabetes e hipertensão.
Foram consideradas ativas aquelas que praticavam
mais de 150 minutos de atividade física por semana. As
consideradas sedentárias
não faziam mais de dez minutos de esforço.
"O estudo mostra que a atividade física pode estar fazendo um pouco o papel dos
remédios", diz o educador físico Leonardo José da Silva,
um dos autores da pesquisa.
Pesquisas mostram que um
idoso com doenças crônicas
consome entre quatro e cinco
remédios por dia.
"O sedentário tem cinco
vezes mais chance de ter hipertensão arterial, por exemplo", diz José Kawazoe Lazzoli, presidente da Sociedade
Brasileira de Medicina do
Exercício e do Esporte.
"Sabe-se que pessoas fisicamente ativas têm menos
risco de doenças do coração
como insuficiência cardíaca,
além de diabetes e doenças
respiratórias", completa.
Estudos mostram que,
quando a pessoa já tem uma
doença crônica, os exercícios
podem atuar no controle, diminuindo a progressão da
doença e o uso de remédios.
PRESCRIÇÃO EXATA
"É consenso que os exercícios são coadjuvantes na prevenção e no tratamento de
várias doenças, mas alguns
médicos ainda não conseguem orientar a atividade de
forma individualizada", diz o
fisiologista Turíbio Leite de
Barros, da Unifesp.
O tipo e a quantidade de
exercícios devem ser prescritos em função do perfil do paciente e do objetivo. "De nada adianta ouvir um genérico
"você precisa se exercitar". Se
a dose for baixa demais, não
terá efeito. Se for excessiva,
há risco de efeitos colaterais,
como lesões musculares, articulares e até morte súbita",
diz Lazzoli.
Isso significa que um programa para quem quer perder peso é bem diferente daquele para quem precisa controlar a pressão alta. E mesmo jovens saudáveis devem
passar por uma avaliação
médica completa antes de
começar a praticar esportes.
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