São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

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Anti-inflamatórios aumentam risco de derrame e infarto

Perigo é significativo apenas para quem usa esses remédios com frequência, diz estudo

DA REUTERS

O uso frequente de remédios como o ibuprofeno e o diclofenaco (princípio ativo presente no Cataflan e no Voltaren) aumenta o risco de infartos e derrames, segundo uma revisão de estudos publicada ontem no "British Medical Journal".
Cientistas da Universidade de Berna, na Suíça, analisaram dados de 31 estudos com mais de 116 mil pacientes que tomavam naproxeno, ibuprofeno, diclofenaco, celecoxibe (Celebra), etoricoxibe (Arcoxia), rofecoxibe (Vioxx), lumiracoxibe (Prexige) ou placebo.
Em números absolutos, o risco cardiovascular de quem tomou essas drogas foi baixo, mas, em comparação com quem usou placebo, a diferença foi significativa, dizem os pesquisadores.
Os pacientes que tomaram Vioxx e Prexige tiveram o dobro de ocorrências de infarto.
Já o ibuprofeno resultou em um risco três vezes maior de derrame. O Arcoxia e o diclofenaco causaram quatro vezes maios mortes por problemas cardiovasculares.
Entretanto, o número de infartos e derrames foi baixo em relação ao total de pessoas envolvidas no estudo.
Dados de 29 pesquisas mostraram 554 infartos. Informações relativas a outros 26 estudos totalizaram 377 derrames.
Mesmo assim, Peter Juni, da Universidade de Berna, líder do estudo, afirmou que os resultados sugerem que os médicos devem considerar o risco para o coração ao receitar os anti-inflamatórios.
Depois de analisar os dados, a equipe suíça afirma que, em geral, o naproxeno pareceu ser o mais seguro.
Mas essa vantagem deve ser analisada junto com outros efeitos colaterais, como danos ao estômago. Uma alternativa seria o Celebra, dizem eles, se a dose for de 400 mg uma vez ao dia.

DEBATE
Para o professor de farmacologia clínica da Universidade de Edimburgo Simon Maxwell, é importante contextualizar os dados.
"A maioria das pessoas usa esses remédios por um período curto de tempo, e o risco para elas é mínimo."
Em 2004, o Vioxx foi retirado do mercado por causa dos riscos ao coração. O Prexige parou de ser vendido no Brasil em 2008.
Os pesquisadores dizem que, desde então, tem havido discussões sobre a segurança dos anti-inflamatórios, mas os estudos feitos no período não foram conclusivos.


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