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Hospitais erram dose e hora ao ministrar remédios a pacientes
Pesquisa em 5 instituições do país achou falhas em 30% dos casos
JULLIANE SILVEIRA
DE SÃO PAULO
Hospitais oferecem remédios ao paciente em horário e
doses errados em ao menos
um terço dos casos.
É o que aponta uma pesquisa realizada em cinco hospitais do Brasil pela USP de
Ribeirão Preto e Universidade Federal de Minas Gerais.
Das 4.958 administrações de
medicamentos analisadas
durante o estudo, 1.500 apresentaram problemas.
A maioria dos erros foi cometida com drogas para tratar problemas cardiovasculares e do sistema nervoso e antibióticos. Tomar antibiótico
fora do horário, por exemplo,
favorece o surgimento de
bactérias resistentes.
Os nomes das instituições
não foram divulgados pelos
pesquisadores, mas a proporção de erros encontrada é
a mesma de outros estudos
realizados no país e no exterior. O problema atinge hospitais públicos e privados.
Um dos principais gargalos é falta de formação da
equipe de enfermagem sobre
questões relacionadas à segurança do paciente, segundo Adriano Reis, professor de
farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais.
"Erros também podem
ocorrer por problemas como
falhas no sistema de distribuição dos medicamentos e
sobrecarga das equipes de
trabalho", diz.
Medidas preventivas elementares, como checar o nome do paciente no frasco do
medicamento e a via correta
de administração, também
são deixadas de lado.
O doente pode ajudar a reduzir equívocos. Usar a pulseira de identificação durante toda a internação ajuda.
"O paciente informado pode ser uma barreira. Deve
suspeitar e perguntar sobre
alterações na administração,
como receber uma injeção no
lugar de um comprimido",
aconselha Hessem Miranda
Neiva, diretora do Instituto
para Práticas Seguras do Uso
de Medicamentos.
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