São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2008

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Foco

Garota de 13 anos obtém direito de não se submeter a transplante de coração

Associated Press
Hannah Jones, 13, que se negou a realizar um transplante de coração, com a mãe

DA REDAÇÃO

A britânica Hannah Jones, 13, obteve o direito de se recusar a receber um coração transplantado no Reino Unido. A garota tem cardiomiopatia grave, problema que compromete o funcionamento dos músculos do coração causado pelo uso de medicamentos para tratar a leucemia diagnosticada aos cinco anos de idade. No seu caso, a capacidade de funcionamento do coração é de 10% (no órgão saudável varia de 50% a 80%), o que causa grande limitação no bombeamento de sangue. Especialistas prevêem à garota, sem o transplante, seis meses de vida. "Ficar em um hospital me faz recordar tempos ruins. Só quero ficar em casa, ainda que minha vida possa ser mais curta", disse Hanna ao tablóide britânico "Daily Mail".
O uso de remédios para baixar as chances de rejeição afeta o sistema imunológico e poderia levar à recorrência da leucemia, o que reforçou a decisão da menina.
O hospital onde Hanna era tratada havia movido uma ação para tirar temporariamente a guarda da menina de seus pais, sob alegação de que eles -que apóiam a decisão da filha- estariam impedindo o tratamento da garota.
Ieda Jatene, presidente do Departamento de Cardiologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Cardiologia, desconhece casos parecidos no Brasil. "Às vezes, a família se manifesta. A tendência é lutar pela vida, mas temos de dar dignidade ao paciente. Devo informar prós e contras, mas acho que não tenho direito de obrigá-lo a nada."


Com agências internacionais


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