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Hospital de Blumenau ficou ilhado
ESTELITA HASS CARAZZAI
DA AGÊNCIA FOLHA
Era só de helicóptero,
barco ou tanque do Exército que as vítimas das
chuvas em Blumenau e região chegavam ao Hospital
Santa Isabel, referência
em cardiologia.
"Consegui atender pouca gente. O que vi de infarto foi pela televisão", lembra o cardiologista Michelangelo Ferreira, que foi
plantonista do final de semana mais crítico.
O hospital ficou ilhado
por três dias por causa das
enchentes. Também ilhada estava boa parte das vítimas. "Atendi muita crise
de pânico, crise hipertensiva, taquicardia. As pessoas estavam muito nervosas", diz Ferreira.
O impacto da tragédia,
para o gerente de saúde
mental da Prefeitura de
Blumenau, Fernando Moraes, não deixou nenhum
morador imune a abalos
psicológicos.
A fim de evitar que o
choque emocional provocasse reações em pacientes crônicos, o município
deslocou naquela semana
toda a sua equipe de psicólogos para os pontos mais
próximos às vítimas.
O trabalho de prevenção
de novos danos à saúde
mental da população dura
até hoje: as 1.150 pessoas
que ainda vivem em moradias provisórias em Blumenau estão sob orientação psicológica diária, para diminuir o estresse.
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