|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Estudo mostra por que doente não busca médico
DA REPORTAGEM LOCAL
Quase um terço dos brasileiros se mostra resistente a procurar um médico, mesmo sabendo que precisa. Entre quem
tem alguma doença, 30% não
foram ao médico em 2008, de
acordo com a pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública.
O trabalho não separou a população por sexos nesse quesito, mas estima-se que os homens contribuam mais do que
as mulheres para esses índices.
Trabalhos anteriores já mostraram que eles demoram mais
para procurar ajuda médica do
que as mulheres.
O motivo de metade dos que
têm nível superior é a incompatibilidade de horário. À medida
que o grau de instrução cai, a
falta de dinheiro e o difícil acesso ao serviço se tornam razões
mais decisivas para a ausência
nos consultórios.
A falta de uma relação médico-paciente sólida faz com que
o paciente não ache essencial o
atendimento e acabe postergando a consulta. Assim, busca
outras fontes de informação
para seu problema.
"A falta de preocupação com
a saúde é cultural. Mas o médico também não dá as explicações sobre a doença, sobre a importância de fazer acompanhamento, de prevenir complicações", diz Antônio Carlos Lopes, presidente da Sociedade
Brasileira de Clínica Médica.
Segundo o médico, muita
gente tenta diagnosticar a própria doença. "O paciente acaba
recorrendo ao "dr. Google" para
entender o que tem."
As classes sociais mais baixas
esbarram ainda na falta de estrutura do sistema público.
"A automedicação é intensa
no país, mas será que alguém
quer mesmo se automedicar?
Não, mas, pelo SUS, é quase impossível ir ao médico, é um sistema falido sem a menor condição de dar a mínima assistência
aos pacientes", diz Lopes.
Ele diz ainda que os convênios pagam pouco aos médicos
por consulta, o que piora a qualidade do atendimento.
(JS)
Texto Anterior: Jovens já têm doenças crônicas Próximo Texto: Frase Índice
|