São Paulo, sábado, 15 de outubro de 2011

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Manual da vitamina

Especialistas alertam que suplementos quase nunca substituem o que está na comida; confira outras dicas para evitar danos à sua saúde

DA ASSOCIATED PRESS

Nesta semana, a segurança de suplementos vitamínicos foi posta em xeque, após dois importantes estudos indicarem que eles podem fazer mal à saúde.
As vitaminas têm, há muito tempo, uma "aura saudável". Muita gente acha que elas são sempre benéficas ou, no pior dos casos, apenas desnecessárias.
No entanto, é preciso levar em consideração que os alimentos do dia a dia já estão turbinados com vitaminas. Até mesmo salgadinhos e refrigerantes estão sendo fortificados com nutrientes para deixá-los com um perfil mais benéfico à saúde.
Portanto, há o risco de que nós já estejamos recebendo a mais. Acrescentar, além disso, uma suplementação vitamínica pode fazer com que ultrapassemos os limites.
"Nós estamos descobrindo que eles [os suplementos] não são tão inofensivos quanto a indústria nos fez pensar", disse David Schard, nutricionista do Centro para Ciência de Interesse Público.
Nesta semana, um estudo com quase 40 mil mulheres idosas encontrou um risco ligeiramente maior de morte entre as que tomavam suplementos alimentares, incluindo multivitamínicos, acido fólico e ferro.
Outra pesquisa descobriu que homens tomando altas doses de vitamina E, por um período de cinco anos, tiveram um risco ligeiramente aumentado de desenvolver câncer de próstata.
Além disso, não há evidências claras de que os multivitamínicos reduzam o risco de câncer, doenças cardíacas ou doenças crônicas.
Pesquisas que encontraram mais doenças em pessoas com pequenas quantidades de certas vitaminas podem ser enganosas: corrigir uma deficiência até que se chegue à dose diária é diferente de suplementar até ultrapassar os limites.
A melhor maneira de consumir vitaminas é consumir os alimentos onde elas já estão naturalmente presentes, diz Jody Engel, nutricionista especializada em suplementação alimentar.
Schardt vai além: "É praticamente impossível ter uma overdose só com os nutrientes que estão nos alimentos".
Algumas pessoas, no entanto, podem precisar de maior quantidade de certos nutrientes e, por isso, deveriam falar com seus médicos sobre os suplementos.
É o caso de mullheres após a menopausa, com o cálcio e a vitamina C para proteger os ossos. Já as que estão planejando engravidar podem precisar de ácido fólico, para ajudar a prevenir defeitos nos bebês, por exemplo.
Pessoas com mais de 50 ou veganos (que não consomem nada de origem animal) também podem ter necessidade de vitamina B12. Ela está presente em alimentos derivados de animais e, depois da meia-idade, é mais difícil extraí-la da comida, diz Schardt.
Também é preciso tomar cuidado com a qualidade dos suplementos vitamínicos quando for o caso de tomá-los. Um levantamento feito nos EUA revelou que um em cada quatro deles não contém o que promete, está contaminado ou não se degrada da maneira correta.
Vale também o aviso para qualquer outra questão de saúde: consulte seu médico.


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