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Rede de bancos de cordão umbilical será ampliada
Proposta do Ministério da Saúde é criar centros em sete Estados, além do DF
Sangue de cordão umbilical e placentário é rico em células-tronco, uma das duas fontes principais para transplantes de medula
CAIO JOBIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
O ministro da Saúde, José
Gomes Temporão, e o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Luciano
Coutinho, assinaram ontem,
no Rio, um convênio que vai
destinar R$ 31,5 milhões para a
ampliação da rede BrasilCord,
que reúne bancos públicos de
armazenamento de sangue de
cordão umbilical e placentário.
O sangue de cordão umbilical
e placentário é rico em células-tronco hematopoéticas, uma
das duas principais fontes para
realização de transplantes de
medula óssea. A outra são os
doadores voluntários.
O transplante de medula óssea é indicado para pacientes
que sofrem de leucemia, linfomas, anemias graves e imunodeficiências congênitas, além
de outras 70 doenças relacionadas aos sistemas sangüíneo e
imunológico.
Expansão da rede
Atualmente, a rede BrasilCord conta com quatro unidades -no Instituto Nacional de
Câncer (RJ), no Hospital Israelita Albert Einstein (SP) e nos
hemocentros da Unicamp
(Universidade Estadual de
Campinas) em Campinas e Ribeirão Preto. Com o investimento, serão criados outros oito centros nos Estados de Pernambuco, Ceará, Pará, Minas
Gerais, Paraná, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul, além do
Distrito Federal.
"Com essa expansão, a gente
vai abranger várias regiões do
país que tinham muito pouca
participação em termos de doação voluntária, nas quais não há
centros de transplante de medula. Com a chegada do banco
de sangue de cordão umbilical e
o laboratório de processamento, a gente proporciona também a atividade de transplante
nessas regiões", afirmou Luiz
Fernando Bouzas, coordenador da rede BrasilCord e diretor do centro de transplante de
medula óssea do Inca (Instituto Nacional de Câncer).
Juntos, os quatro bancos de
cordão em funcionamento têm
6.000 amostras de sangue de
cordão umbilical e placentário
estocadas. Quando as novas
unidades estiverem em atividade plena, a meta é chegar a 50
mil amostras armazenadas.
Chegando a esse número, a
estimativa é que 85% dos transplantes de medula óssea realizados no Brasil sejam feitos a
partir de doações. Isso deve
acontecer dentro de cinco anos,
de acordo com Bouzas.
Transplantes
Antes da implantação da rede BrasilCord a probabilidade
de que fosse encontrado um
doador compatível no registro
de doadores voluntários era inferior a 10%. Hoje, essa probabilidade já ultrapassou os 50%.
Desde que a rede foi implantada, em novembro de 2004, foram realizados 60 transplantes
com doador nacional de sangue
de cordão umbilical.
"A utilização do inventário
de sangue de cordão considerado útil fica em torno de 1% ou
2% do que está armazenado, e a
gente já está utilizando cerca de
3,5%", disse Bouzas.
Segundo ele, o Brasil realiza
cerca de 1.800 transplantes de
medula óssea por ano.
O ministro José Gomes Temporão destacou as possibilidades de parceria do ministério
com o BNDES para objetivos
como esse.
"Trabalhamos com um tema
muito sensível do ponto de vista de saúde pública, pensando
numa estratégia em rede, de
abrangência nacional, em que
vai ser possível medir com muita clareza os benefícios e o impacto dessa articulação em prol
da saúde pública", disse.
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