São Paulo, domingo, 17 de julho de 2011

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PLANTÃO MÉDICO

JULIO ABRAMCZYK - julio@uol.com.br

Novos conceitos em infertilidade masculina

Há pouco mais de vinte anos, ausência de filhos em um casal era quase sempre relacionada a problemas na mulher, com as consequentes e desagradáveis repercussões familiares para ela.
Atualmente, sabe-se que a infertilidade masculina, segundo dados recentes, contribui direta ou indiretamente para entre 40% e 60% dos casos de esterilidade.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a infertilidade está presente em até 15% dos casais em todos os países do mundo. Em trabalhos de revisão publicados nas revistas "Clinics", do Hospital das Clínicas/FMUSP, e "International Brazilian Journal of Urology", da Sociedade Brasileira de Urologia, os médicos Sandro Esteves, Ricardo Miyaoka e Ashok Agarwal abordam os significativos avanços no diagnóstico e tratamento da infertilidade masculina.
Há novos conceitos na fisiologia do sêmen, o líquido fecundante com espermatozoides produzido pelos testículos. Igualmente, os autores relatam os novos exames que empregam biologia molecular e os testes de danos do DNA do paciente, que levam ao diagnóstico correto da causa da infertilidade, anteriormente classificada como idiopática, isto é, de causa desconhecida. E, com um melhor diagnóstico, pode-se realizar a microcirurgia, quando indicada, ou a colheita de espermatozoides destinados para a concepção assistida.
As principais causas da infertilidade ou subinfertilidade, segundo os autores, incluem varicocele (dilatação das veias do testículo), criptorquidia (o testículo, ao permanecer no abdome e não descer para a bolsa escrotal após o nascimento, não produz espermatozoides), radiação ou quimioterapia e condições genéticas ou imunológicas, entre outras.
O câncer do testículo é 50 vezes mais comum em homens inférteis, assim como as anormalidades cromossômicas, que podem se apresentar em aproximadamente 6% desses pacientes. A ausência de espermatozoides no sêmen (azoospermia) está presente em 16% dos casos e pode estar relacionada a problemas de obstrução dos condutos, falhas genéticas ou espermatogênese (formação dos espermatozoides) disfuncional.
Finalmente, está estabelecido que podem surgir alterações cromossômicas nos espermatozoides de homens que já passaram dos 40 anos. Assim, pode nascer uma criança com síndrome de Down tanto por um pai de idade avançada quanto por uma mãe que tenha entre 35 e 40 anos de idade.


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