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EUA lançam recomendação de exercícios para os idosos
Novo documento enfatiza benefícios de atividades de força e de flexibilidade
Embora não seja possível evitar o envelhecimento, o exercício regular minimiza os efeitos da idade e aumenta a expectativa de vida do idoso
GABRIELA CUPANI
DA REPORTAGEM LOCAL
O American College of Sports
Medicine acaba de elaborar as
novas recomendações de atividade física para idosos, que enfatizam os benefícios da prática
de exercícios de força e de flexibilidade, além dos aeróbicos.
O novo documento dá um panorama completo das evidências científicas sobre os benefícios da atividade física para
prevenir e tratar diversos males ligados ao envelhecimento.
A nova recomendação será
lançada no Brasil em outubro.
"Esse é um grupo de referência
no assunto para o mundo inteiro, por isso quem lida com a
saúde do idoso deveria seguir
essas recomendações", diz a
educadora física Andrea Deslandes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Segundo os autores, embora
não seja possível evitar o envelhecimento, o exercício regular
minimiza os efeitos da idade,
aumenta a expectativa de vida e
limita o desenvolvimento de
certas doenças crônicas.
"Outro objetivo é reforçar o
que necessita ser aplicado nos
programas de treinamento físico do idoso", diz o educador físico Timóteo Leandro de Araújo, assessor técnico-científico
do Programa Agita São Paulo.
"O documento mostra as evidências que temos em todos os
aspectos, da respiração à cognição, que justificam incluir a atividade física como parte do envelhecimento saudável", diz a
especialista em medicina esportiva Sandra Matsudo, diretora do Centro de Estudos do
Laboratório de Aptidão Física
de São Caetano do Sul.
"O grande "boom" é a questão
cognitiva e a saúde mental. Hoje, sabe-se que todos os processos cognitivos são melhorados
a longo prazo quando se pratica
atividade física regular", diz.
Sabe-se, por exemplo, que a
atividade física diminui o risco
de demência senil e de Alzheimer. Estudos mostram uma redução de 40% no risco de demência em quem gasta 400 calorias por semana caminhando.
"Se o gasto for maior, o risco
praticamente desaparece."
Pesquisas que analisam a relação entre o exercício e a função cognitiva destacam que a
atividade física pode aumentar
os níveis de fatores de crescimento no cérebro, estimular a
neurogênese, aumentar a resistência do cérebro a danos, melhorar a aprendizagem e o desempenho mental.
Caminhar não basta
Mas, para os idosos, caminhar não é o suficiente, já que a
maior parte da incapacidade física nessa idade deve-se à perda
da força muscular. "Tudo depende da força, desde caminhar
e levantar-se de uma cadeira
até erguer uma garrafa de água
de um litro", lembra Matsudo.
Segundo ela, o fato de cedermos o lugar para um idoso se
sentar, por exemplo, tira uma
das poucas oportunidades que
ele tem de se exercitar e fortalecer a musculatura das pernas.
Já o impacto dos exercícios
na longevidade está documentado em várias pesquisas. Uma
análise sueca, do Instituto Karolinska, que acompanhou
3.206 pessoas durante 12 anos,
mostrou que os fisicamente ativos tiveram um risco de mortalidade por todas as causas 28%
menor do que os sedentários. A
atividade física também tem
impacto na capacidade funcional. Um estudo americano com
mais de mil idosos mostrou que
o risco de incapacidade para
realizar tarefas diárias diminui
em 7% a cada hora adicional de
atividade física por semana.
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