|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Anvisa aprova novas restrições
a propaganda de medicamentos
Resolução determina a veiculação de mensagens de advertência específicas
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As propagandas de medicamentos terão que seguir regras
mais rígidas daqui a seis meses.
Resolução aprovada pela diretoria colegiada da Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) prevê restrições à
distribuição de amostras grátis
e determina a veiculação de
mensagens de advertência específicas para cada substância
em rádio, televisão e meios de
comunicação impressos.
O anúncio oficial está marcado para hoje. Ele deve ser feito
pelo presidente da agência reguladora, Dirceu Raposo de
Mello, e pelo ministro José Gomes Temporão (Saúde), autor
de estudos acadêmicos a respeito do assunto.
As amostras grátis terão que
conter a dose recomendada na
bula para um período inteiro de
tratamento. Se o médico receitar, por exemplo, que o paciente use uma determinada pomada por 30 dias, a amostra grátis
do medicamento não poderá
servir, como acontece hoje,
apenas para uma semana.
A resolução também estabelece cerca de 40 mensagens
contendo os principais efeitos
adversos de cada medicamento, que terão que constar de todas as mensagens publicitárias
a serem veiculadas pelo setor.
Não há veto à presença de
médicos, artistas e esportistas
como garotos-propaganda,
mas, para participar da publicidade, eles terão que narrar no
vídeo, ou na locução de rádio,
os efeitos adversos.
Será proibida propaganda de
medicamento em programas
dedicados ao público infantil.
Consulta pública
A resolução da Anvisa é fruto
de uma proposta submetida a
consulta pública em 2005. O
principal objetivo era restringir
a automedicação.
Pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) mostra que,
em 2006, foram registrados
32,8 mil casos de intoxicação
por medicamentos no país, número 30% superior ao registrado no ano anterior.
O texto final deve desagradar
a indústria farmacêutica, que
defende a auto-regulamentação do setor.
As empresas terão 180 dias
para se adaptar ao documento,
contados a partir da publicação
da resolução no "Diário Oficial"
da União, prevista para amanhã
ou sexta-feira.
As empresas que descumprirem as regras estarão sujeitas a
penalidades que vão desde a
obrigatoriedade de veicular
uma mensagem para corrigir a
propaganda errada até a suspensão da venda do produto,
caso não haja retificação.
Sem receita
Atualmente, a publicidade de
medicamentos é regida por
uma resolução do ano 2000.
Ela já proíbe a propaganda de
medicamentos com prescrição
obrigatória, a não ser quando
veiculada em meio dirigido aos
próprios médicos.
Limita, ainda, a distribuição
de amostra grátis aos profissionais de saúde e determina a veiculação da mensagem "ao persistirem os sintomas, o médico
deverá ser consultado".
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Pesquisa: Metade da dose da vacina da gripe é eficaz em adultos Índice
|