São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros

Manchas de pele ganham tratamento menos agressivo

Substâncias apresentadas em congresso de dermatologia prometem eficácia contra melasmas, marcas escuras difíceis de eliminar

MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO

Dois novos tratamentos prometem clarear as manchas que costumam aparecer nos rostos das mulheres, principalmente no verão.
O melasma, causado pela produção excessiva de melanina (pigmento que colore a pele e os pelos), piora com a exposição solar.
Também pode ser desencadeado por alterações hormonais, pílula anticoncepcional, predisposição genética e estresse. É mais frequente em pele morena.
Os cremes foram apresentados no início deste mês no encontro da Academia Americana de Dermatologia, em Nova Orleans, EUA.
Recém-lançados no mercado americano, eles prometem ser uma alternativa aos tratamentos com hidroquinona e ácido retinóico, que podem causar alergia.
O produto mais inovador, segundo especialistas, é um creme à base de uma enzima que quebra a melanina. Como não atua nas células que produzem a melanina (como faz a hidroquinona), não é tóxico e pode ser usado por grávidas, que costumam sofrer com as manchas.
Mas, segundo a dermatologista Denise Steiner, esse tratamento é indicado para manchas mais estáveis, que não estão aumentando, e superficiais. "Pode ser associado a outros tratamentos, principalmente em pessoas alérgicas a hidroquinona."
Para a dermatologista Flavia Addor, coordenadora de cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia, esse creme (o nome comercial é Lumixyl) parece promissor, mas ainda é preciso avaliar melhor sua segurança.
"Temos que ver, na prática, se as manchas voltarão, e como o produto reagirá em cada tipo de pele."
Já o segundo tratamento, também apresentado no encontro de dermatologia, é um kit com três cremes: um limpa a pele, outro contém moléculas que inibem a enzima essencial na produção da melanina, e outro, com ácido glicólico, clareia a pele e melhora a penetração do creme.
Segundo Luis Antônio Torezan, diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, só será possível ver seus efeitos a longo prazo.
"Os cremes parecem ser bons, mas não tão eficazes como os peelings químicos e a hidroquinona", afirma.
Segundo prega a publicidade do fabricante do Elure, um dos seus componentes se mostrou 17 vezes mais potente que a hidroquinona, em testes in vitro.


Texto Anterior: "Venceu o interesse da indústria, e não do paciente"
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.