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foco
SP ganha clínica pública para adultos alcoólatras
e dependentes de drogas
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Estado de São Paulo ganha no final deste mês a primeira clínica pública para
adultos dependentes de álcool e drogas. Há dois meses,
um serviço semelhante, para
adolescentes, foi inaugurado
em Cotia (Grande SP).
Hoje, os dependentes de álcool e drogas são atendidos
emergencialmente em enfermarias de hospitais-gerais,
mas não há um seguimento
no tratamento. Nas clínicas
privadas, as mensalidades
chegam a R$ 15 mil.
A clínica, com 30 leitos,
funcionará em São Bernardo
do Campo (ABC), por meio de
convênio entre a Secretaria
de Estado da Saúde e a Sociedade Assistencial Bandeirantes- que administra o Hospital Bandeirantes.
Os pacientes serão encaminhados pelos pronto-socorros e Caps (Centros de Atenção Psicossocial). A secretaria
repassará, em média, R$
3.000 por mês para cada paciente internado. O tempo
médio de internação está estimado em um mês.
Qualidade de Nova York
Segundo o médico Ronaldo
Laranjeira, professor titular
de psiquiatria da Unifesp e
responsável pelo trabalho de
orientação técnica e terapêutica da clínica, além da desintoxicação, o paciente terá o
tratamento planejado em três
linhas de ação: psiquiátrica,
psicológica (terapia comportamental) e de auto-ajuda
(grupos de apoio, como o Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos).
"Nosso desafio é poder oferecer um tratamento com a
mesma qualidade do melhor
centro de Nova York. Do ponto de vista técnico, temos estrutura, a hotelaria também
está impecável", afirma Laranjeira. A equipe conta com
quatro psiquiatras, quatro
psicólogos, quatro enfermeiras especializadas em dependência química, duas assistentes sociais, duas terapeutas e dois conselheiros.
O médico não tem ideia da
demanda reprimida, mas estima que, uma semana após a
inauguração, a casa já esteja
lotada e com fila de espera.
Depois do período de internação, a proposta é que paciente
continue sendo acompanhado por profissionais do Caps
mais próximo da sua casa.
Segundo Nilson Pashoa, secretário-adjunto da Saúde, a
ideia é que a clínica funcione
como um modelo para outras
iniciativas, especialmente em
municípios com universidades que possam estar integradas ao programa de reabilitação. "Vamos testá-lo, avaliar a
relação custo e benefício e ver
se é possível reproduzi-lo em
outras regiões, com diferentes populações."
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