São Paulo, quarta-feira, 18 de março de 2009

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SP ganha clínica pública para adultos alcoólatras e dependentes de drogas

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Estado de São Paulo ganha no final deste mês a primeira clínica pública para adultos dependentes de álcool e drogas. Há dois meses, um serviço semelhante, para adolescentes, foi inaugurado em Cotia (Grande SP).
Hoje, os dependentes de álcool e drogas são atendidos emergencialmente em enfermarias de hospitais-gerais, mas não há um seguimento no tratamento. Nas clínicas privadas, as mensalidades chegam a R$ 15 mil.
A clínica, com 30 leitos, funcionará em São Bernardo do Campo (ABC), por meio de convênio entre a Secretaria de Estado da Saúde e a Sociedade Assistencial Bandeirantes- que administra o Hospital Bandeirantes.
Os pacientes serão encaminhados pelos pronto-socorros e Caps (Centros de Atenção Psicossocial). A secretaria repassará, em média, R$ 3.000 por mês para cada paciente internado. O tempo médio de internação está estimado em um mês.

Qualidade de Nova York
Segundo o médico Ronaldo Laranjeira, professor titular de psiquiatria da Unifesp e responsável pelo trabalho de orientação técnica e terapêutica da clínica, além da desintoxicação, o paciente terá o tratamento planejado em três linhas de ação: psiquiátrica, psicológica (terapia comportamental) e de auto-ajuda (grupos de apoio, como o Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos).
"Nosso desafio é poder oferecer um tratamento com a mesma qualidade do melhor centro de Nova York. Do ponto de vista técnico, temos estrutura, a hotelaria também está impecável", afirma Laranjeira. A equipe conta com quatro psiquiatras, quatro psicólogos, quatro enfermeiras especializadas em dependência química, duas assistentes sociais, duas terapeutas e dois conselheiros.
O médico não tem ideia da demanda reprimida, mas estima que, uma semana após a inauguração, a casa já esteja lotada e com fila de espera. Depois do período de internação, a proposta é que paciente continue sendo acompanhado por profissionais do Caps mais próximo da sua casa.
Segundo Nilson Pashoa, secretário-adjunto da Saúde, a ideia é que a clínica funcione como um modelo para outras iniciativas, especialmente em municípios com universidades que possam estar integradas ao programa de reabilitação. "Vamos testá-lo, avaliar a relação custo e benefício e ver se é possível reproduzi-lo em outras regiões, com diferentes populações."



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