|
Texto Anterior | Índice
PLANTÃO MÉDICO
JULIO ABRAMCZYK - julio@uol.com.br
Medicina defensiva
O EXCESSO de pedidos de
exames subsidiários aos
doentes, usados para complementar ou confirmar um
diagnóstico médico, é observado com frequência nos Estados Unidos e no Brasil.
As razões para chegar a
um diagnóstico ou confirmá-lo, entretanto, são diferentes
para cada país.
No Brasil, a baixa remuneração paga por consulta pelos convênios e seguros-saúde aos médicos resulta em
aumento no número de pacientes atendidos por dia.
Dessa forma, fica menos
tempo para cada doente, com
o consequente exagero de
exames solicitados para determinar o diagnóstico.
Nos EUA, publica a revista
"Archives of Internal Medicine", os médicos exageram
nos pedidos de exames para
se protegerem de eventuais
processos dos pacientes.
Praticamente 91% dos médicos americanos, segundo
pesquisa da Faculdade de
Medicina Mount Sinai, de Nova York, solicitam testes e
procedimentos necessários
apenas para protegê-los de
processos. O estudo foi realizado com 2.416 médicos de
todas as especialidades.
Nas duas situações, tanto
a brasileira (para chegar ao
diagnóstico) quanto a americana (evitar processos), é
praticada a chamada medicina defensiva, que aumenta o
custo do tratamento médico.
Em 2008, o Instituto de
Pesquisas em Saúde PricewaterhouseCooper calculou o
custo anual da medicina defensiva nos Estados Unidos
como 10% do total gasto pelos seguros-saúde, ou US$ 210
bilhões/ano.
Texto Anterior: Foco: Linha de silicone anatômico produz resultados "naturais" Índice
|