São Paulo, domingo, 18 de julho de 2010

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PLANTÃO MÉDICO

JULIO ABRAMCZYK - julio@uol.com.br

Medicina defensiva

O EXCESSO de pedidos de exames subsidiários aos doentes, usados para complementar ou confirmar um diagnóstico médico, é observado com frequência nos Estados Unidos e no Brasil.
As razões para chegar a um diagnóstico ou confirmá-lo, entretanto, são diferentes para cada país.
No Brasil, a baixa remuneração paga por consulta pelos convênios e seguros-saúde aos médicos resulta em aumento no número de pacientes atendidos por dia.
Dessa forma, fica menos tempo para cada doente, com o consequente exagero de exames solicitados para determinar o diagnóstico.
Nos EUA, publica a revista "Archives of Internal Medicine", os médicos exageram nos pedidos de exames para se protegerem de eventuais processos dos pacientes.
Praticamente 91% dos médicos americanos, segundo pesquisa da Faculdade de Medicina Mount Sinai, de Nova York, solicitam testes e procedimentos necessários apenas para protegê-los de processos. O estudo foi realizado com 2.416 médicos de todas as especialidades.
Nas duas situações, tanto a brasileira (para chegar ao diagnóstico) quanto a americana (evitar processos), é praticada a chamada medicina defensiva, que aumenta o custo do tratamento médico.
Em 2008, o Instituto de Pesquisas em Saúde PricewaterhouseCooper calculou o custo anual da medicina defensiva nos Estados Unidos como 10% do total gasto pelos seguros-saúde, ou US$ 210 bilhões/ano.


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