|
Texto Anterior | Índice
Odontologia geriátrica
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
O Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo outorga anualmente, desde 1960, a Medalha Dr. Luiz
César Pannain aos dentistas
que se destacam em suas
áreas especializadas.
Neste ano, entre os especialistas agraciados, a professora Maria Luiza Moreira
Arantes Frigerio, da Faculdade de Odontologia da USP,
foi homenageada na cerimônia realizada anteontem na
Câmara Municipal.
A Odontogeriatria, oficializada especialidade pelo
Conselho Federal de Odontologia só em 2002, tem na
professora Maria Luiza M. A.
Frigerio uma das pioneiras.
Em 1999, antes mesmo da
preocupação geral com os
idosos, tornou-se responsável pelo Projeto Envelhecer
Sorrindo da USP.
Estudos realizados na USP
sob sua orientação avaliaram a higiene e a saúde da cavidade bucal de idosos portadores ou não de próteses,
bem como a assimilação de
informações em pacientes
com mais de 60 anos que
lhes permita envelhecer com
os próprios dentes.
Uma dentição funcional,
assinala a professora, está
relacionada à qualidade de
vida. Uma higiene oral precária cria condições para a
perda de dentes, com impacto negativo sobre a fala e o
consumo de alimentos saudáveis, além de poder limitar
o interesse do idoso para
contatos sociais.
Para Frigerio, embora a terapia de implantes dentários
seja efetiva também para os
idosos, tem potencial para
apresentar complicações
técnicas, biológicas e psicológicas. Dessa forma, o paciente deve saber que os
componentes dos implantes
sofrem desgaste e precisam
de constante manutenção.
Em contrapartida, pacientes geriátricos com história
médica estável podem candidatar-se à cirurgia do implante osseointegrado, o que
irá facilitar a função mastigatória e promover conforto
e qualidade de vida. Mas é
importante que o idoso e
seus familiares tenham conhecimento dos retornos
necessários para revisão e
ajustes das próteses sobre os
implantes, o que pode implicar em custos adicionais.
julio@uol.com.br
Texto Anterior: Agenda da semana Índice
|