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Uma gravidez eleva 30% o risco de ter síndrome metabólica
Chance de apresentar o problema sobe para 60% com duas ou mais gestações
RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mulheres que têm filhos são
mais suscetíveis a desenvolver
síndrome metabólica, revela
um estudo do Kaiser Permanente (EUA) com 1.451 participantes. No início do trabalho,
elas tinham de 18 a 30 anos e
nenhuma delas era mãe. Ao
longo de duas décadas, 359 engravidaram e 259 apresentaram síndrome metabólica, um
conjunto de sintomas associado à elevação do risco de doenças cardiovasculares.
Depois de fazer ajustes estatísticos, os autores descobriram que uma gravidez única e
saudável aumenta o risco de
síndrome metabólica em cerca
de 30%, enquanto duas ou mais
gravidezes saudáveis elevam a
chance em 60%. Entre as que
tiveram diabetes gestacional, o
risco mais do que dobrou.
Segundo o endocrinologista
Bruno Geloneze, coordenador
do Laboratório de Investigação
em Metabolismo e Diabetes da
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), acredita-se
atualmente que o ideal seja ter
de um a três filhos. "A novidade
desse trabalho é contestar o conhecimento vigente, apontando para o risco de síndrome
metabólica já a partir do fato de
conceber pela primeira vez."
As mulheres que desenvolveram a síndrome eram mais pesadas, tinham cintura mais larga, comiam menos fibras, tinham menos escolaridade e eram menos ativas -o que era
esperado. "Mas durante o seguimento foi feito um ajuste estatístico para IMC e atividade
física, indicando que a mudança explicaria apenas uma parte
do maior número de casos de
síndrome metabólica nas que
engravidaram, sugerindo outro
mecanismo subjacente", diz.
Segundo ele, a hipótese mais
razoável é a de que a gravidez
leva a alterações metabólicas
decorrentes do acúmulo de
gordura visceral. "Médicos e
pacientes devem estar atentos
a medidas preventivas e de detecção da síndrome", afirma.
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