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Para ter parto normal, grávida troca de médico
DA SUCURSAL DO RIO
Quando engravidou pela
primeira vez, Renata Rose,
35, que está grávida novamente, trocou de médico para garantir que sua opção pelo parto normal seria respeitada. "Era meu ginecologista
há dez anos, mas, quando fomos conversar sobre o parto,
ele começou falando que o
melhor era planejar o nascimento antes de 36 semanas,
pois uma outra paciente que
preferiu esperar perdeu o bebê. Achei aquilo um terror
desnecessário", conta.
No caso de Paula Vargas,
28, o médico foi mais direto.
"Ele me disse que não fazia
parto normal porque o plano
de saúde pagava apenas R$
500 pelo procedimento."
Maria de Lourdes Teixeira, professora de ioga de Paula e Renata e que há 31 anos
trabalha com gestantes, diz
que as grávidas estão mais
conscientes de seus direitos.
"Tenho conversado muito
com as gestantes para não se
colocarem numa posição de
pacientes. Elas são clientes e
têm direitos", diz.
Olivia Tolentino, 29, cujo
filho nasceu no ano passado
nos EUA, faz um relato diferente. Ela diz que a médica
estranhou sua pergunta sobre o melhor tipo de parto.
"Ela me disse que a cesariana não era uma opção,
mas uma indicação médica, e
me alertou que o plano não
pagaria o parto se eu fizesse
cesariana apenas por vontade própria."
Olivia diz que várias amigas ficaram grávidas ao mesmo tempo no Brasil. "Me
surpreendeu que, no Brasil,
todas diziam preferir parto
normal, mas, por algum motivo, fizeram cesáreas."
Pesquisa da Fiocruz com
430 mulheres atendidas em
hospitais particulares do Rio
mostra que, no início da gestação, mais de 70% diziam
preferir parto normal, mas
apenas 10% conseguiram.
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