São Paulo, segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

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Médicos usam robô para operar câncer de pulmão

Em vez de abrir o peito do paciente como na cirurgia tradicional, técnica deixa três cortes de 2 centímetros

Recuperação é mais rápida, mas novo procedimento só é indicado para tumores em estágio inicial

MARIANA PASTORE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Tumores pequenos no tórax já podem ser retirados em cirurgia menos invasiva, feita com o auxílio de um robô.
Em vez de um corte de 15 cm no esterno (osso do peito) e nas costelas do paciente, como na cirurgia tradicional, o aparelho requer três incisões entre 2 cm e 3 cm.
O procedimento só é feito quando o tumor é localizado e diagnosticado precocemente. O nódulo não pode ter mais que 5 cm.
As primeiras cirurgias desse tipo na América Latina foram feitas no Hospital Israelita Albert Einstein por Ricardo Santos, coordenador do centro de cirurgia torácica minimamente invasiva.
A dona de casa Teresa Silva de Moraes, 71, foi submetida à técnica no dia 22 de novembro, para tirar um nódulo do tórax. "Tinha o tamanho de uma azeitona", diz. A operação levou quatro horas. Dois dias depois, teve alta.
O mecânico de manutenção Celso Wille, 58, -que fumou por 40 anos e parou no dia da cirurgia- tirou um tumor do pulmão no mês passado. "Escolhi o método porque disseram que era menos dolorido que o tradicional."
O robô leva vantagem no tempo de recuperação, nos índices mais baixos de infecção e no menor desconforto pós-operatório."A alta é antecipada em quatro dias. Em até três semanas, a pessoa volta às atividades", diz o cirurgião Ricardo Santos. Na operação convencional, a recuperação leva um mês.

ACESSO
A técnica é mais indicada para câncer no pulmão, o que mais mata no mundo. Quando tumores são retirados em fase inicial, há mais de 80% de chance de cura.
O presidente da comissão de cirurgia torácica da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia ressalva que o método não é acessível à maioria. Além disso, diz que foram feitas poucas operações. "São necessárias mais experiências. O conceito de menor agressão tem condições de ser bem reconhecido no futuro, mas há muitas etapas pela frente."


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