|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA questionam segurança de medicamento contra diabetes
Para funcionários da FDA, Avandia traz riscos cardíacos e deveria ser banido
EDITORA-ASSISTENTE DO EQUILÍBRIO
Dois funcionários da FDA
(agência que regula medicamentos e alimentos nos EUA)
lançaram um alerta recomendando que o remédio Avandia,
usado para diabetes tipo 2, seja
retirado do mercado.
Eles dizem que o medicamento, cuja substância ativa é a
rosiglitazona, é mais perigoso
para o coração do que seu concorrente da mesma classe, o
Actos (pioglitazona).
Segundo o relatório, divulgado pelo jornal "New York Times", o remédio provocou 500
ataques cardíacos e 300 casos
de insuficiência cardíaca desnecessários por mês. O medicamento foi associado, por exemplo, a 304 mortes no terceiro
trimestre de 2009.
Tanto o Avandia quanto o
Actos são comercializados no
Brasil. Em 2007, um estudo
com 15.560 pacientes já havia
sugerido que o primeiro pode
causar problemas cardíacos.
Agora, dois senadores dos
EUA dizem ter evidências de
que a fabricante, a GlaxoSmithKline, sabia dos riscos do remédio anos antes de esse assunto
vir à tona e falhou em não avisar sobre o problema. "Os executivos da Glaxo intimidaram
médicos e focaram em estratégias para minimizar os achados
de que o Avandia pode aumentar o risco cardíaco", dizem.
A Glaxo negou as acusações e
afirmou que "as evidências
científicas simplesmente não
estabelecem que o Avandia aumenta os riscos de problemas
cardiovasculares".
A FDA afirma que vai pedir
que os riscos do medicamento
sejam novamente discutidos.
As vendas do remédio atingiram os US$ 3 bilhões em 2006,
mas caíram para US$ 1,2 bilhões em 2009.
Brasil
No Brasil, o Avandia não é
distribuído pelo SUS e é considerado um remédio caro, mas é
"prescrito com frequência", segundo o endocrinologista Antonio Roberto Chacra, diretor
do centro de diabetes da Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo). Uma caixa com 28
comprimidos na dosagem mais
baixa custa cerca de R$ 200.
Ele diz que o remédio é muito
eficaz contra o diabetes, principalmente para pacientes com
sobrepeso e sedentários, mas
que, quando sua segurança começou a ser questionada, muitos médicos deixaram de receitá-lo para pacientes com alto
risco cardíaco. "Mas ainda há
médicos desavisados que o
prescrevem nesses casos."
Chacra considera os relatórios importantes, mas lembra
que nem a Anvisa nem a FDA
têm conclusões definitivas sobre o remédio. "Médicos e pacientes brasileiros devem
aguardar um posicionamento
oficial antes de tomar qualquer
medida."
(FM)
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Frase Índice
|