São Paulo, sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

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Boldrini inaugura instituto para diagnóstico precoce de câncer

Projeto vai examinar as crianças nascidas em Campinas aos 4 e aos 15 meses

FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O Centro Infantil Boldrini, de Campinas (a 93 Km de SP), referência nacional no tratamento de câncer infantil, inaugura hoje o primeiro instituto de pediatria do Brasil voltado para o diagnóstico precoce de câncer e de más-formações congênitas em crianças com menos de dois anos.
O projeto pretende diagnosticar cânceres em estágio muito inicial, antes que os primeiros sintomas apareçam. Os tipos mais comuns são retinoblastoma, hepatoblastoma, neuroblastoma e tumor de Wilms. Esses tumores afetam de 4 a 6 crianças a cada 10 mil.
Apesar de não serem os tumores mais frequentes da infância (que são leucemias, linfomas e tumores do sistema nervoso), eles são considerados bastante agressivos quando não tratados rapidamente.
O Boldrini fechou uma parceria com a Prefeitura de Campinas e vai examinar todas as crianças nascidas na cidade aos quatro e aos 15 meses de idade. Estima-se que nasçam 2.000 crianças por mês no município.
"Quando essas crianças forem tomar a primeira vacina, elas serão encaminhadas para fazer o exame no instituto. Nós faremos o mapeamento da retina e um ultrassom abdominal", disse Silvia Brandalise, presidente do Boldrini.
Segundo a oncopediatra Viviane Sonaglio, do Hospital A. C. Camargo, a vantagem de fazer o diagnóstico antes que apareçam os primeiros sintomas é possibilitar uma maior chance de cura com menos efeitos colaterais. "Se você faz o diagnóstico mais cedo, você evita que a criança seja exposta a radioterapia e quimioterapia, por exemplo. Geralmente, só a cirurgia é capaz de remover todo o tumor", disse Sonaglio.
Segundo a oncopediatra Sima Ferman, chefe do setor de pediatria do Inca (Instituto Nacional de Câncer), esse será o primeiro instituto a avaliar crianças rotineiramente, sem sintomas prévios. "O diagnóstico precoce é muito importante porque a gente ainda recebe muitas crianças tardiamente, com cânceres avançados."


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