São Paulo, quarta-feira, 23 de junho de 2010

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Medidor digital de pressão é menos preciso

Comparação mostra diferença entre medições no aparelho mais novo e no tradicional

RACHEL BOTELHO
DE SÃO PAULO

Um estudo de técnicas de medição da pressão arterial sugere que a digital mostra, em média, dois pontos a menos do que a tradicional.
Entre pacientes idosos, a discrepância foi três vezes mais frequente do que entre os mais novos, segundo a pesquisa do Good Samaritan Hospital, em Los Angeles.
"A artéria do idoso é mais rígida, o aparelho digital tem mais dificuldade para captar o pulso", diz César Jardim, supervisor do pronto-socorro do Hospital do Coração.
No Brasil, a maioria dos médicos usa a técnica tradicional, mas muitos hipertensos têm medidor digital.
"O aparelho fornece uma informação para o médico, mas orientamos o paciente a levá-lo na consulta, para comparar as duas medidas e ver se tem diferença entre um e outro", diz Jardim.
O modelo antigo, auscultatório (de escutar, em latim), usa um estetoscópio -posicionado no braço do paciente, acima da artéria- e um manômetro de mercúrio.
Com ele, o médico ouve quando o som do pulso é mais alto (correspondente à pressão sistólica, máxima) ou abafado (pressão diastólica, mínima) e confere a pressão, em milímetros de mercúrio, em cada ponto.
O aparelho mais novo, chamado oscilométrico, calcula as pressões sistólicas e diastólicas com base na média e requer menos prática do usuário.
A pesquisa comparou as medidas de 337 pacientes. O número mais alto foi 13,1 no aparelho digital, para 13,3 no manômetro. A pressão diastólica deu 7,0, contra 7,2.
Para 7% das pessoas, a diferença ficou entre 1 e 1,5 ponto; 4% tiveram uma diferença de 1,5 a 2 pontos.
"Essa diferença pode representar uma mudança de conduta médica", diz Jardim.


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