São Paulo, sexta-feira, 23 de outubro de 2009

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Sociedade Americana de Câncer questiona eficácia de exames

Para entidade, vantagens dos testes de mama e próstata foram exageradas

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

A Sociedade Americana de Câncer afirma que os exames para detecção de câncer foram superestimados. Segundo Otis Brawley, diretor médico da entidade, as vantagens desses exames foram exageradas, especialmente em casos de câncer de mama ou de próstata.
"Não queremos que as pessoas entrem em pânico. Mas admito que a medicina americana superestimou os exames", disse em entrevista ao "New York Times". Após a publicação da reportagem, a Sociedade Americana de Câncer afirmou em nota que continua a aconselhar os pacientes a realizar exames como a mamografia.
Segundo Len Lichtenfeld, vice-diretor médico da entidade, a mamografia deixa passar lesões importantes e também identifica lesões que não causariam mal. "Mas nós acreditamos que quando se trata de reduzir mortes por câncer de mama, as evidências mostram que o exame e novas técnicas de tratamento reduzem as mortes decorrentes da doença."
A Sociedade Americana de Câncer afirma que mulheres com 40 anos ou mais devem continuar a fazer mamografia uma vez por ano. "O teste é benéfico porque salva vidas, mas não é perfeito", afirmou a entidade em nota oficial. Ela diz ainda que entender essas limitações funciona como um estímulo para o desenvolvimento de exames mais eficazes.
Ao contrário da recomendação taxativa para as mamografias, a entidade afirma que os homens devem conversar com o médico antes de tomar uma decisão sobre a realização do exame de próstata.
A polêmica em torno da eficácia dos exames de detecção começou após a publicação de um texto de análise no "Jama" (periódico da Associação Médica Americana). No texto, os pesquisadores relatam um aumento de 40% no diagnóstico de câncer de mama, mas uma queda de apenas 10% em exemplos de câncer que se espalharam para outras áreas.
Segundo o estudo, se os exames cumprissem as promessas haveria uma queda mais acentuada nos exemplos de câncer de caráter letal porque eles seriam identificados no começo.


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