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Falta opção de remédio para pacientes com artrite reumatoide
Lista de drogas custeadas pelo governo deixa de fora medicamentos para a versão mais resistente da doença; tratamento chega a custar R$ 5.000 ao mês
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma parcela dos pacientes
com artrite reumatoide não
responde ao tratamento com os
medicamentos que constam da
lista de drogas custeadas pelo
Ministério da Saúde. Para
quem tem formas mais resistentes da doença, não há opção
de remédio subsidiado -o tratamento pode chegar a R$
5.000 por mês.
A artrite reumatoide é uma
doença autoimune que ataca as
articulações, causando inflamação, problemas ósseos e, se
não controlada, deformidades e
incapacitação. Não tem cura,
mas, se tratada na fase inicial,
pode ser controlada. Estima-se
que cerca de 2 milhões de brasileiros tenham o problema.
Os pacientes iniciam o tratamento com drogas mais baratas, disponíveis pelo SUS, com
custo médio de R$ 30 por mês.
Entre eles, 30% não respondem ao tratamento e precisam
usar remédios mais específicos,
também oferecidos pelo governo. São drogas que bloqueiam a
TNF, uma das substâncias produzidas pelo sistema imunológico que causa a doença. O custo do tratamento por mês varia
de R$ 3.000 a R$ 5.000. Porém,
também essas drogas não surtem efeito em cerca de 20%
desses pacientes.
"A artrite reumatoide também é desencadeada por outras
substâncias, e há remédios já
aprovados pela Anvisa para tratar os doentes resistentes.
Houve tentativas de incluí-los
na lista do SUS, mas o impacto
foi pequeno", alerta o reumatologista Morton Scheinberg, diretor científico do Hospital
Abreu Sodré, em São Paulo.
Reumatologistas defendem
que outros três remédios (abatacepte, rituximabe e tocilizumabe), que atuam em outras
substâncias liberadas pelo sistema imune, sejam incluídos
na lista. Essa drogas têm preço
semelhante aos dos anti-TNF.
"É uma preocupação da classe saber como tratar esses pacientes, já que não temos opção
de obter drogas alternativas",
lamenta Ivânio Alves Pereira,
presidente da Comissão de Artrite Reumatoide da Sociedade
Brasileira de Reumatologia.
Hoje, pacientes conseguem
os remédios por via judicial. "O
paciente perde tempo, e o país,
dinheiro, pois as decisões têm
sido favoráveis aos pacientes. O
preço da conta é muito maior
do que seria se os remédios estivessem na lista do SUS",
acrescenta Pereira.
O Ministério da Saúde afirmou em nota que trabalha na
revisão do protocolo clínico da
doença para atualizar as linhas
terapêuticas caso entenda que
há indicação técnico-científica
para isso. Não há previsão para
publicação dos resultados.
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