São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 2011

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Primeira pessoa a fazer o exame já tem sua 'candidata' a irmã

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Há cerca de oito anos, Maria Teresa Oliveira, 55, descobriu que havia nascido Maura Regina. Além da adoção, Oliveira descobriu ainda duas irmãs desconhecidas e uma mãe que morreu sem ter notícias suas. Graças à política de segregação de doentes de hanseníase, ela foi separada da família e adotada por um casal paulistano aos quatro meses.

MEDO
A política surgiu nos anos 1940, quando a primeira droga contra a doença foi desenvolvida. No entanto, o medicamento precisava ser usado durante toda a vida do paciente, o que dificultava a adesão ao tratamento.
Foi só em 1981 que a Organização Mundial da Saúde pôde recomendar o uso de um trio de medicamentos como terapia eficaz contra o problema. A política de segregação no Brasil, porém, durou até 1986.
"Minha vida se divide entre a da Maria Teresa e a da Maura Regina", explica a assistente social e voluntária do Morhan, que iniciou o projeto de busca de familiares de doentes de hanseníase por suas origens.
Primeira pessoa selecionada para realizar o exame de DNA, Oliveira espera que o teste comprove o seu parentesco com Marisa Ferreira Santos, 58, descoberta através de pesquisas do Morhan.
Ao contrário da assistente social, Santos ficou em um educandário até os 17 anos, saindo para trabalhar como empregada doméstica.
"Só fui descobrir depois o que era pai e mãe", conta Santos. "Eu não tenho nada, não conheço ninguém".
Ansiosas com a possibilidade de serem irmãs, as duas se abraçam.
"Tomara que nós sejamos irmãs para que ela tenha a família que eu tive", diz, emocionada, Oliveira. (PB)



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