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Tuberculose cai, mas país ainda está entre os piores do mundo
Brasil caiu da 18ª para a 19ª posição no ranking dos 22 países mais afetados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil caiu da 18ª para a 19ª
posição no ranking de países
com mais casos de tuberculose,
mostram dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde.
Ainda assim, o país registrou
70.989 casos em 2008, dado
mais recente.
Apesar de alto, o número é
menor do que os 72.140 casos
registrados no ano anterior.
A expectativa é que daqui a
três ou quatro anos o Brasil saia
da lista das 22 nações que concentram o maior número de casos do mundo, segundo afirmou Dráurio Barreira, coordenador do Programa Nacional
de Controle da Tuberculose.
Ela atualmente é liderada pela
Índia. O Brasil é o único representante da América do Sul.
O Ministério da Saúde comemorou também a diminuição
da mortalidade pela doença.
Foram 4.735 em 2008 contra
4.823 em 2007.
Uma das razões apontadas
pela pasta foi a adoção de um
novo esquema terapêutico em
2009, que colocou quatro drogas em um único comprimido.
O novo esquema, por enquanto, está em seis Estados (Bahia,
Paraná, Rondônia, São Paulo,
Santa Catarina e Sergipe). Minas Gerais deve começar a receber em breve.
No Brasil, 73% dos novos casos são curados, enquanto o patamar recomendado pela OMS
(Organização Mundial da Saúde) é de pelo menos 85%.
Abandono
"A situação ainda é muito
preocupante, a mortalidade é
muito alta e temos alto índice
de abandono de tratamento.
Esses pacientes continuam
transmitindo a doença", diz
Virgílio Tonietto, pneumologista da PUC-RS.
O abandono é um dos maiores obstáculos ao enfrentamento da tuberculose, de acordo com Barreira.
Como o tratamento é longo e
o efeito da medicação aparece
rápido, pacientes tendem a parar de tomar os remédios, e a
doença fica mais agressiva.
Outra dificuldade é o monitoramento dos pacientes. A
OMS recomenda que eles sejam acompanhados durante os
seis primeiros meses. O quadro
melhorou, mas, ainda assim,
hoje apenas 43% dos novos casos são acompanhados.
A doença afeta principalmente indígenas, presidiários e
pessoas com HIV.
Entre os Estados, a maior incidência está no Rio de Janeiro.
Ontem, começou a ser veiculada em rádios e televisões uma
campanha publicitária para ensinar a identificar os sintomas
da tuberculose.
Colaborou GABRIELA CUPANI, da Reportagem
Local
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