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Brasil inutiliza 260 mil bolsas de sangue por falha em estocagem
Auditoria aponta falta de refrigeração; Ministério da Saúde diz que não há risco
Marlene Bergamo-25.fev.2005/Folha Imagem
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Técnicos na Fundação Pró-Sangue; auditoria viu falha na armazenagem das bolsas de plasma
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil inutilizou parcialmente 260 mil bolsas de sangue armazenadas em hemocentros em São Paulo e Minas
Gerais. Auditoria concluída em
julho pela empresa francesa
LFB, contratada pelo Ministério da Saúde para processar o
plasma do sangue recolhido,
apontou que não foi feita verificação adequada da temperatura do material, além de falhas
na limpeza, poeira e fungos.
Com isso, a empresa se recusou a produzir a partir do plasma recolhido os fatores de coagulação 8 e 9, utilizados no tratamento de hemofilia. O volume, segundo o Ministério da
Saúde, seria suficiente para
atender a necessidade pelos
produtos por uma semana.
O Ministério da Saúde agora
irá contratar outra empresa para a produção de imunoglobulina e albumina. A pasta informa
que não há risco sanitário para
doadores e pacientes que utilizam o material armazenado
nos hemocentros. Também rechaça risco de desabastecimento das substâncias.
De posse dos dados da auditoria, que foram publicados ontem em reportagem de "O Estado de São Paulo", o procurador
Marinus Eduardo de Vries
Marsico, do TCU (Tribunal de
Contas da União), protocolou
uma representação em que pede que sejam apuradas as responsabilidades pelos problemas encontrados na produção
dos hemoderivados.
A LFB apontou também problemas nos centros de transfusão dos hemocentros de São
Luís, Teresina, Aracaju, Manaus, Natal, Salvador e Campos. Segundo o ministério, os
problemas encontrados foram
de falta de cumprimento da padronização da produção estabelecida pela empresa. De
acordo com a pasta, não há nenhum risco sanitário.
A assessoria de imprensa da
Fundação Pró-Sangue de São
Paulo informou só que o Ministério da Saúde falaria sobre o
assunto. A reportagem não
conseguiu contato com o hemocentro de Belo Horizonte.
De acordo com o Ministério
da Saúde, hoje 11 mil pacientes
recebem os fatores de coagulação 8 e 9 pelo SUS (Sistema
Único de Saúde).
As outras substâncias que
ainda poderão ser retiradas do
plasma armazenado em Belo
Horizonte e São Paulo -albumina e imunoglobulina- são
utilizadas no tratamento de
queimaduras e insuficiência
renal crônica, no caso da primeira, e para o tratamento de
problemas no sistema imunológico, no caso da segunda.
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