|
Texto Anterior | Índice
Cooperativas médicas não
têm registro na vigilância
Segundo Cremesp, a maioria das empresas está irregular
DA REPORTAGEM LOCAL
Pesquisa do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do
Estado de São Paulo) conclui
que a maioria das cooperativas
médicas paulistas funciona de
forma irregular. Elas são responsáveis pela contratação de
9.000 médicos no Estado.
As cooperativas médicas têm
crescido no país e já contratam
20% dos 350 mil médicos brasileiros. Desmotivados pelos
baixos salários no SUS, muitos
profissionais estão preferindo
deixar o serviço público e se associar às cooperativas. Assim,
prestam serviços tanto ao setor
suplementar como ao público.
O conselho de medicina paulista identificou 81 cooperativas, mas apenas 47 foram encontradas e aceitaram participar da pesquisa. Dessas, 81%
não têm registro na Vigilância
Sanitária. O mesmo percentual
diz recrutar os médicos por indicação entre os cooperados
-não com base no currículo ou
em provas de conhecimento.
Outro dado que impressiona:
13% das cooperativas já contrataram médicos falsos ou em situação irregular. Para o presidente do Cremesp, Henrique
Gonçalves, adotam essa atitude
cooperativas que só visam o lucro. "Ninguém contrata o falso
pelo preço do verdadeiro."
A pesquisa mostra que também são precárias as relações
de trabalho. Quase todas (98%)
não mantêm vínculo dos médicos pelas leis trabalhistas.
"Boa parte delas são falsas
cooperativas. São uma forma
de os contratantes [hospitais,
clínicas e gestores públicos]
deixarem de assumir as obrigações trabalhistas que teriam ao
contratar os médicos", avalia
Gonçalves. Segundo ele, essas
falsas cooperativas são nocivas
para os médicos, para o fisco
(não recolhem os impostos) e
para os usuários. "Para economizar, elas não têm critérios na
seleção médicos."
As cooperativas do sistema
Unimed, o maior do país, funcionam de forma regular, segundo o Cremesp.
(CLÁUDIA COLLUCCI)
Texto Anterior: Frase Índice
|