|
Próximo Texto | Índice
Nova técnica coloca implante dentário sem corte na boca
Cirurgia é planejada antes no computador com a ajuda de uma tomografia; prótese pode ser colocada no mesmo dia
Procedimento não é indicado para pacientes com perda óssea, que precisam de enxertos de osso antes de colocar o implante dentário
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma nova tecnologia já disponível no Brasil permite a colocação de um implante dentário sem corte na gengiva. Toda
a cirurgia é montada antes no
computador, a partir de uma
tomografia tridimensional da
arcada dentária do paciente e
de softwares especialmente desenvolvidos para esse fim.
Além de ser menos invasiva,
a cirurgia guiada possibilita a fixação do implante e a colocação
do novo dente (prótese) no
mesmo dia. Mas ela não é indicada para todos os pacientes.
Quem tem perda óssea, por
exemplo, precisa passar antes
por um enxerto de osso.
Na cirurgia guiada, o paciente faz uma tomografia computadorizada, e o dentista transfere os dados para o computador.
Um software lê os dados e reproduz, em três dimensões, todo o crânio da pessoa.
Na tela, o dentista analisa a
formação dos ossos da mandíbula e da maxila e escolhe os locais ideais onde serão fixados
os implantes. O procedimento
tem um custo adicional de R$
200 a R$ 800 ao valor pago pelo
implante -cada dente custa de
R$ 900 a R$ 1.500.
"O planejamento prévio diminui as chances de erro e evita
que o cirurgião corte toda a extensão da gengiva do paciente
para examinar o osso e escolher
os locais para a perfuração e a
colocação do implante", diz o
cirurgião-dentista Rodolfo
Candia Alba Júnior, diretor da
Associação Brasileira da Indústria Médico-Odontológica.
O fato de a cirurgia não envolver cortes também deixa o
paciente menos exposto a infecções e não há necessidade do
uso de antibióticos -indicados
nas cirurgias convencionais.
Outra vantagem do procedimento, segundo o cirurgião-dentista Luiz Antonio Mazzucchelli Cosmo, especialista em
implantologia, é que, sabendo
previamente onde estarão os
implantes, a prótese pode ser
confeccionada antes e instalada no mesmo dia.
Para a cirurgiã-dentista Nerli
Juliano, a técnica é promissora
mas tem indicação apenas para
os pacientes sem perda óssea.
"Se tem osso, já é possível fazer
hoje uma cirurgia minimamente invasiva", avalia ela.
Porém, esse perfil de paciente ainda é minoria nos consultórios dentários do Brasil, que
tem uma população de 30 milhões de desdentados. A estimativa dos dentistas é que sete
a cada dez pacientes que desejam um implante dentário vão
precisar antes de um enxerto
para compensar a perda óssea.
Tanto Juliano como Cosmo
dizem que a maioria dos pacientes já perdeu vários dentes
há muito tempo, situação que
leva a uma reabsorção óssea, ou
seja, o osso que estava ao redor
da raiz do dente vai se perdendo gradativamente.
Nesses casos, é necessário repor o osso perdido, por meio de
cirurgias para a colocação do
enxerto ósseo -que pode ser
feito tanto com osso do próprio
paciente (retirado da mandíbula ou da bacia, por exemplo) como de banco de osso humano.
Os enxertos podem acontecer antes ou na mesma sessão
da colocação do implante. É
preciso esperar de quatro a seis
meses -tempo para que o implante esteja osteointegrado-
para a colocação da prótese.
Segundo Alba Júnior, quando o paciente não quer o enxerto ósseo, é possível optar pelo
implante fixado no osso zigomático (osso da maçã do rosto).
Próximo Texto: Retrator mostra tecidos moles na tomografia Índice
|