São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 2011

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Pesquisa mostra que aspirina reduz risco de câncer intestinal

Conclusão vale para pessoas com propensão genética a ter tumor

DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE SAÚDE

Um estudo publicado hoje na revista médica "Lancet" comprova que o consumo diário de aspirina por dois anos reduz o risco de câncer colorretal em pessoas com tendência genética a ter o tumor.
Esse é o primeiro estudo controlado a analisar de forma direta a relação entre a aspirina e a prevenção de câncer. Foram acompanhadas 861 pessoas em 16 países.
Segundo a pesquisa, feita por médicos da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, a aspirina diária reduziu em 60% o risco de câncer colorretal em pessoas com propensão genética de desenvolver a doença. Todos os participantes do estudo eram portadores da síndrome de Lynch, anomalia genética que aumenta em dez vezes o risco de desenvolver tumor de intestino. Estima-se que uma a cada mil pessoas carregue a mutação.
Os voluntários foram divididos em dois grupos: metade tomou duas aspirinas (600 mg) por dia por pelo menos dois anos e os demais receberam placebo.
Segundo o estudo, os efeitos protetores começaram a aparecer cinco anos depois do início do tratamento. O oncologista Paulo Hoff, diretor do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), está iniciando uma pesquisa para analisar o efeito da aspirina em pacientes sem tendência genética a ter câncer, para determinar se vale a pena ou não usar o remédio como prevenção geral.
"Tomar o remédio aumenta o risco de gastrite. Ainda é preciso comprovar seu benefício para a população em geral. Mas esse estudo aponta que estamos no caminho certo", afirma Hoff.


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