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José Alencar diz que se sentiu como "cobaia" no tratamento
DA SUCURSAL DO RIO
Na luta contra o câncer desde
1997, quando teve um tumor
diagnosticado no rim direito, o
vice-presidente José Alencar
afirmou ontem sentir-se como
uma "cobaia" durante o tratamento. O desabafo foi feito a
uma platéia de especialistas do
Inca, no Rio, onde ele participou do lançamento da pesquisa
"Câncer na criança e no adolescente no Brasil".
"É preciso que haja uma evolução no tratamento de câncer
de tal forma que o paciente fique mais seguro, porque no fim
o paciente vira uma cobaia, que
é o que está acontecendo comigo", afirmou o vice-presidente,
que atualmente luta contra um
tumor reincidente no abdômen. No total, ele já retirou sete nódulos.
Bem-humorado, Alencar pediu desculpas aos médicos, mas
afirmou que tinha que aproveitar a oportunidade para expor
suas opiniões porque está do
"outro lado".
Ele defendeu a importância
de os profissionais trocarem
experiências entre si e darem
mais atenção aos pacientes. Citando seu próprio caso, contou
como, ainda em 1997, descobriu outros tumores no estômago que teriam permanecido
incógnitos se não fosse por sua
insistência.
"Eu insisti para fazerem uma
endoscopia e, por isso, encontraram três nódulos no meu estômago", afirmou. "Há uma
submissão dos pacientes no
tratamento. Eu sou um paciente "paciente", mas acho que é
preciso que o médico ouça o outro lado, porque isso pode contribuir para o tratamento."
Elogiado pelos presentes por
expor a doença, contribuindo
para a conscientização da população, Alencar disse ainda
não ter medo da morte. "Não
tenho medo da morte, tenho
medo da desonra. Estamos vivendo em um tempo em que
são muito poucos os homens
públicos com quem se pode fotografar", disse.
(DM)
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