São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2008

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José Alencar diz que se sentiu como "cobaia" no tratamento

DA SUCURSAL DO RIO

Na luta contra o câncer desde 1997, quando teve um tumor diagnosticado no rim direito, o vice-presidente José Alencar afirmou ontem sentir-se como uma "cobaia" durante o tratamento. O desabafo foi feito a uma platéia de especialistas do Inca, no Rio, onde ele participou do lançamento da pesquisa "Câncer na criança e no adolescente no Brasil".
"É preciso que haja uma evolução no tratamento de câncer de tal forma que o paciente fique mais seguro, porque no fim o paciente vira uma cobaia, que é o que está acontecendo comigo", afirmou o vice-presidente, que atualmente luta contra um tumor reincidente no abdômen. No total, ele já retirou sete nódulos.
Bem-humorado, Alencar pediu desculpas aos médicos, mas afirmou que tinha que aproveitar a oportunidade para expor suas opiniões porque está do "outro lado".
Ele defendeu a importância de os profissionais trocarem experiências entre si e darem mais atenção aos pacientes. Citando seu próprio caso, contou como, ainda em 1997, descobriu outros tumores no estômago que teriam permanecido incógnitos se não fosse por sua insistência.
"Eu insisti para fazerem uma endoscopia e, por isso, encontraram três nódulos no meu estômago", afirmou. "Há uma submissão dos pacientes no tratamento. Eu sou um paciente "paciente", mas acho que é preciso que o médico ouça o outro lado, porque isso pode contribuir para o tratamento."
Elogiado pelos presentes por expor a doença, contribuindo para a conscientização da população, Alencar disse ainda não ter medo da morte. "Não tenho medo da morte, tenho medo da desonra. Estamos vivendo em um tempo em que são muito poucos os homens públicos com quem se pode fotografar", disse. (DM)


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