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Hospital de Barretos
produz 1ª prótese digestiva nacional
Aparelhos são indicados principalmente para pacientes com tumores em estágios avançados
DA REPORTAGEM LOCAL
O Hospital de Câncer de Barretos (SP) desenvolveu, em
conjunto com a empresa Braile
Biomédica, as primeiras próteses para tumores do aparelho
digestivo com tecnologia brasileira. A versão nacional, que já
está sendo usada em cirurgias
no hospital, custa metade do
preço da importada.
As próteses são indicadas especialmente para pacientes
com tumores em estágio avançado, que provocam obstrução
parcial ou completa de alguns
órgãos -e impedem, por exemplo, a passagem de alimentos
(pelo esôfago) ou de fezes (pelos intestinos).
São casos em que o câncer
não pode mais ser operado,
mas que é necessária alguma
intervenção para melhorar a
qualidade de vida dos pacientes
(cuidados paliativos).
A prótese metálica é introduzida no corpo por via endoscópica e visa criar um "túnel"
dentro do tumor, desobstruindo o órgão afetado. "Esses pacientes têm uma péssima qualidade de vida, os que têm tumor
obstrutivo de esôfago não conseguem nem tomar água, por
exemplo", diz Wagner Colaiacovo, coordenador do departamento de endoscopia do Hospital de Câncer de Barretos.
Estão sendo produzidas próteses para esôfago, estômago,
intestino delgado, cólon, via biliar e pâncreas. Por ano, pelo
menos 400 pacientes do hospital poderão ser beneficiados
com a nova tecnologia.
Embora o hospital atenda
99% de pacientes do SUS, o Ministério da Saúde ainda não cobre os custos da prótese, de
acordo com Colaiacovo. "É a
fundação que administra o hospital que está bancando isso."
Segundo ele, antes, o paciente de câncer sem recursos para
adquirir as próteses importadas (que custam em torno de
US$ 3.000) se alimentava por
meio de soro e era submetido a
cirurgias paliativas de altos
custos, riscos e complicações,
ou era mantido permanentemente sedado.
"Agora, ele permanece socialmente integrado, exerce
suas funções sem restrições,
alimenta-se à mesa com seus
familiares e tem boa qualidade
de vida", afirma.
De acordo com dados do Inca
(Instituto Nacional de Câncer),
o câncer de esôfago está entre
os dez mais incidentes no Brasil. O desenvolvimento da
doença está associado ao alto
consumo de bebidas alcoólicas
e ao tabagismo.
(CLÁUDIA COLLUCCI)
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