São Paulo, sábado, 29 de agosto de 2009

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Hospital de Barretos produz 1ª prótese digestiva nacional

Aparelhos são indicados principalmente para pacientes com tumores em estágios avançados

DA REPORTAGEM LOCAL

O Hospital de Câncer de Barretos (SP) desenvolveu, em conjunto com a empresa Braile Biomédica, as primeiras próteses para tumores do aparelho digestivo com tecnologia brasileira. A versão nacional, que já está sendo usada em cirurgias no hospital, custa metade do preço da importada.
As próteses são indicadas especialmente para pacientes com tumores em estágio avançado, que provocam obstrução parcial ou completa de alguns órgãos -e impedem, por exemplo, a passagem de alimentos (pelo esôfago) ou de fezes (pelos intestinos).
São casos em que o câncer não pode mais ser operado, mas que é necessária alguma intervenção para melhorar a qualidade de vida dos pacientes (cuidados paliativos).
A prótese metálica é introduzida no corpo por via endoscópica e visa criar um "túnel" dentro do tumor, desobstruindo o órgão afetado. "Esses pacientes têm uma péssima qualidade de vida, os que têm tumor obstrutivo de esôfago não conseguem nem tomar água, por exemplo", diz Wagner Colaiacovo, coordenador do departamento de endoscopia do Hospital de Câncer de Barretos.
Estão sendo produzidas próteses para esôfago, estômago, intestino delgado, cólon, via biliar e pâncreas. Por ano, pelo menos 400 pacientes do hospital poderão ser beneficiados com a nova tecnologia.
Embora o hospital atenda 99% de pacientes do SUS, o Ministério da Saúde ainda não cobre os custos da prótese, de acordo com Colaiacovo. "É a fundação que administra o hospital que está bancando isso."
Segundo ele, antes, o paciente de câncer sem recursos para adquirir as próteses importadas (que custam em torno de US$ 3.000) se alimentava por meio de soro e era submetido a cirurgias paliativas de altos custos, riscos e complicações, ou era mantido permanentemente sedado.
"Agora, ele permanece socialmente integrado, exerce suas funções sem restrições, alimenta-se à mesa com seus familiares e tem boa qualidade de vida", afirma.
De acordo com dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de esôfago está entre os dez mais incidentes no Brasil. O desenvolvimento da doença está associado ao alto consumo de bebidas alcoólicas e ao tabagismo. (CLÁUDIA COLLUCCI)


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