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Governo passa a oferecer remédio a todos os infectados com HIV

Antirretrovirais poderão ser usados após o contágio, independentemente do estágio da doença

Ministério da Saúde estuda ampliar oferta de drogas para pessoas sem HIV mas com risco alto de contrair o vírus

DO RIO DE SÃO PAULO

O Ministério da Saúde anunciou ontem (1º), Dia Mundial de Luta contra a Aids, que vai passar a oferecer na rede pública as drogas antirretrovirais a todos os adultos infectados com o HIV, independentemente do estágio da doença e da contagem das células de defesa CD4.

A mudança começa a valer a partir de hoje, com a publicação da portaria no "Diário Oficial da União".

No futuro, pessoas que não têm HIV mas têm risco elevado de contrair o vírus, como homens que fazem sexo com homens e usuários de drogas, também poderão receber os remédios como prevenção. O ministério vai iniciar um estudo para avaliar a estratégia.

O protocolo usado antes pelo SUS não previa o uso dos remédios a partir do contágio do HIV. As drogas só eram oferecidas ao paciente que desenvolvia a Aids e tinha menos de 500 CD4 (células de defesa do organismo) por milímetro cúbico de sangue.

Desde o início de 2013, também passaram a receber o tratamento casais sorodiscordantes (em que um dos parceiros tem o vírus e o outro não), pacientes que têm outras doenças (como tuberculose) e pacientes com CD4 menor de 500 sem sintomas.

Além do Brasil, só EUA, França e Reino Unido recomendam o uso dos remédios para todos os soropositivos.

Segundo o infectologista Artur Timerman, o tratamento é bom para a pessoa infectada e para a comunidade, já que a droga reduz a carga viral. "Não há nenhum outro método que reduza a transmissão do HIV de forma tão eficaz como o tratamento das pessoas infectadas", diz.

Um dos receios ligados à terapia precoce tinha a ver com os efeitos colaterais, como alterações metabólicas. Timerman, porém, diz que remédios menos "poderosos", usados logo após o contágio, causam menos danos.

O único problema da estratégia, segundo ele, está no uso irregular dessas drogas, o que induz à resistência.

Segundo o ministério, 313 mil pessoas recebem os antirretrovirais pelo SUS e outras 100 mil devem se beneficiar da ampliação do tratamento em 2014. No total, 718 mil pessoas têm HIV no país.

A pasta também anunciou que um teste que detecta o vírus por meio da saliva será vendido por R$ 8 nas farmácias a partir de fevereiro.

PREVENÇÃO

Em 2014, o governo vai iniciar um estudo de profilaxia pré-exposição para prevenir a transmissão do HIV entre grupos prioritários, que incluem gays, profissionais do sexo e usuários de drogas.

A estratégia consiste no uso diário de antirretrovirais em pessoas não infectadas pelo HIV, mas com risco elevado de contrair o vírus.

O estudo será feito no Rio Grande do Sul com um remédio desenvolvido pela Fiocruz e chamado de "três em um".

O medicamento, segundo o diretor do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, é semelhante ao Truvada, droga aprovada para fins profiláticos nos EUA no ano passado e que ainda não é usada no Brasil.

Uma outra pesquisa, coordenada pela Fiocruz e feita pela USP e o Centro de Referência e Treinamento DST/Aids de São Paulo, vai avaliar como implementar o Truvada no país para evitar a transmissão do HIV em populações mais vulneráveis.


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